Movida: IPO movimentou R$ 645 milhões (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 13h06.
São Paulo - A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Movida, a primeira de 2017, deve marcar a retomada do mercado de capitais no Brasil, que passou por um longo período com fraca atividade.
Para o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, diante do ajuste fiscal e com mais confiança, o crescimento das empresas brasileiras passará pela Bolsa, onde elas terão onde realizar suas captações.
Em cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira, 8, o executivo disse que acredita que o Brasil passará por um "choque de capitalismo" e que, nesse sentido, a Bolsa deve retomar uma de suas atividades principais, que é viabilizar as captações para as empresas. "Um país forte não existe sem mercado de capitais", disse.
Para Edemir, a maior estabilidade econômica e política no País deve possibilitar maior confiança para a melhoria da atividade no mercado de capitais.
A Movida movimentou em sua abertura de capital R$ 645 milhões, mas teve que reduzir o preço da faixa indicativa de preço por ação para atrair os investidores.
Nesta semana precificam seus IPOs ainda a Unidas, concorrente no setor de locação de veículos, e a Hermes Pardini, do setor de diagnóstico médico.
Na fila para ofertas este ano estão ainda grandes empresas, como Azul, que já pediu registro na CVM, o Carrefour, IRB Brasil Re e XP Investimentos.
Em 2016 houve apenas um IPO na bolsa brasileira, assim como em 2015.
JSL
O diretor presidente da JSL, Fernando Simões, afirmou que a abertura de capital da Movida representa um novo ciclo de desenvolvimento para as duas empresas. A JSL tem uma fatia do capital da locadora de veículos.
Falando ao público presente no evento que marca o início das negociações dos papéis da Movida na BM&FBovespa, Simões congratulou a equipe financeira da Movida, entre eles o CEO da locadora de automóveis, Renato Franklin, e o diretorfinanceiro da empresa, Edmar Lopes, pelo trabalho desenvolvido nos roadshows ao longo dos últimos dias.
"Foram mais de 118 reuniões num período de 15 a 20 dias", destacou Simões. "Mostrar, nesse momento da economia, que é possível investir e que daremos retorno... Não estaríamos aqui sem o roadshow", disse.
Também presente no evento, o CEO da Movida, Renato Franklin, destacou a importância da JSL para o crescimento da companhia nos últimos anos, mas ressaltou que a listagem na Bolsa abrirá portas à empresa. "A abertura nos coloca de forma diferencial para capturarmos oportunidades."
2017
As ofertas iniciais de ações e as subsequentes (follow-on) poderão somar R$ 25 bilhões neste ano, calcula Edemir Pinto. A abertura de capital da Movida movimentou R$ 645 milhões.
Segundo Edemir, há na fila para pedir registro ainda cerca de 17 empresas para realizar ofertas neste ano, entre iniciais e subsequentes.
Depois da Movida, nesta semana devem ser precificadas ainda três ofertas, dois IPOs - Unidas e Hermes Pardini - e uma follow-on, da CCR.
O presidente da Bolsa disse que o momento do País se mostra oportuno para a retomada do mercado de capitais no Brasil e que as captações via bolsa de valores voltarão a ter espaço.
Todas as reformas prometidas pelo governo, citou o executivo, terão ainda o papel de trazer de volta a credibilidade, o que atrai os investidores, como os estrangeiros, importante figura para viabilizar as ofertas de ações no Brasil.