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IPCA, debate entre Kamala e Trump, discursos do Fed e importações da China: o que move o mercado

Pesquisas recentes mostram uma queda na vantagem de Harris na disputa pela presidência dos Estados Unidos. Evento está marcado para às 22h desta terça-feira, 10

Radar: mercado aguarda primeiro (e talvez único) debate presidencial (AFP/AFP Photo)

Radar: mercado aguarda primeiro (e talvez único) debate presidencial (AFP/AFP Photo)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 08h43.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 08h46.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta terça-feira, 10. Nos Estados Unidos, às vésperas de mais dados de inflação, os índices futuros recuam. Na Europa, investidores aguardam a decisão do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, 12, e também operam com cautela, puxando os índices para baixo. Na Ásia, o mercado repercutiu dados mistos da China e as bolsas fecharam majoritariamente em alta.

IPCA

Na agenda de indicadores, o destaque é para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) às 9h.

As expectativas para o índice são altas e podem dar insumos para a tese cada vez mais forte de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá aumentar a taxa de juros na próxima semana.

Ontem, o Boletim Focus do Banco Central (BC) revisou significativamente a Selic de 2024 para cima, indo do atual patamar de 10,50% para 11,25%. Isso significa que o BC espera pressões inflacionárias mais fortes até o final do ano, implicando na necessidade de um aperto monetário.

A expectativa é que o IPCA apresente estabilidade na comparação mensal, e um avanço anual de 3,50%.

Debate entre Kamala e Trump

De olho na política internacional, investidores acompanham o tão aguardado debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.

O evento está marcado para hoje, 22h, e acontece em um momento crucial da campanha, com pesquisas recentes mostrando uma queda na vantagem de Harris na disputa pela presidência. Por conta disso, a atual vice-presidente enfrenta uma grande expectativa para se destacar no debate.

Este será o primeiro confronto direto entre Harris e Trump, e pode ser o único, já que nenhum outro debate foi confirmado até as eleições de novembro.

Discursos do Fed

O mercado também acompanha hoje falas de autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Às 11h, o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, fala em evento. Já às 13h15, a diretora do Fed, Michelle Bowman discursa.

Investidores buscam sinais sobre a próxima decisão sobre a política monetária. Após a divulgação de uma taxa de desemprego ligeiramente menor do que o esperado e um salário maior, o mercado aumentou suas apostas para um corte de 0,25 pontos percentuais (p.p.) na reunião do dia 18 de setembro.

Entretanto, dados do payroll, relatório de empregos do setor privado não-agrícola, aquém do esperado, assim como do relatório Jolts e ADP, ainda geram dúvidas sobre a magnitude do corte.

Importações na China

Novos dados da China também podem movimentar o mercado nesta terça-feira. Segundo a Administração Geral de Alfândegas, o país superou as expectativas de exportações em agosto, que subiram 8,7% ante as projeções de 7%.

Entretanto, as importações reduziram seu ritmo. O dado mostrou uma alta anualizada de 0,5% em agosto, muito abaixo da previsão de 1,9%. O resultado final foi um superávit comercial de US$ 91,02 bilhões, acima do esperado de US$ 82,1 bilhões.

A demanda fraca da China preocupa investidores, principalmente na questão do minério de ferro, já que o país é o maior consumidor da commodity.

Além disso, a deflação que vem afetando a China desde o ano passado está dando indícios de uma piora contínua, o que pode agravar ainda mais as perspectivas para a segunda maior economia global e gerar apreensão entre os investidores.

O risco para a China é que a deflação pode virar uma bola de neve, levando as famílias, que ainda se recuperam da queda nos salários, a reduzir seus gastos ou postergar compras, acreditando que os preços continuarão a cair.

Para alguns, é necessário que Pequim adote medidas políticas mais eficazes para enfrentar o problema.

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