O governo decidiu acabar com a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras em contratos de derivativos cambiais (Marcel Salim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 10h09.
Londres - A decisão de acabar com a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em contratos de derivativos cambiais mostra que o governo brasileiro quer acalmar os ânimos do mercado financeiro.
A avaliação é do economista para Brasil do espanhol BBVA Research, Enestor dos Santos. Para o analista, a notícia não surpreende porque o governo demonstrava insatisfação com a rápida desvalorização do real.
"Parte do mercado já previa essa retirada do IOF diante da persistente fraqueza do real nos últimos dias", diz, ao lembrar que a subida do preço do dólar no Brasil tende a pressionar ainda mais a inflação, que continua girando perto do teto da meta. "Portanto, a notícia era esperada e considero a medida positiva porque contribui para o recente processo de normalização das políticas econômicas", afirma.
Santos reconhece que é louvável o esforço do governo de dar passos na direção da "normalização" da política econômica com a adoção de medidas consideradas mais ortodoxas, como "a política monetária mais atenta à inflação e menos barreiras à entrada de capitais estrangeiros".
Mas o analista diz que ainda é preciso avançar para reconquistar plenamente a confiança dos mercados. "Continua faltando uma correção de rumo na política fiscal. Só há rumores de que o governo anunciará alguma medida em breve", diz.
"Por enquanto, portanto, vejo nessas mudanças recentes mais uma maneira de acalmar o mercado do que um compromisso genuíno com políticas econômicas mais ortodoxas", diz o economista.