Commodities em alta, vacinação mais rápida e fortes resultados impulsionam os dividendos (Yuji Sakai/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 26 de maio de 2021 às 10h22.
Commodities em alta, vacinação mais rápida e fortes resultados impulsionam os dividendos.
Analistas da Janus Henderson Investors atualizaram o cenário básico para os pagamentos de dividendos globais e agora projetam crescimento de 8%, para US$ 1,36 trilhão este ano. O valor supera o melhor cenário da empresa divulgado em janeiro: aumento de 5%, para US$ 1,32 trilhão.
“Esperamos que os dividendos sejam mais voláteis do que em um ano normal, mas estamos mais positivos do que em janeiro e vemos significativamente menos riscos de baixa”, escreveram em relatório, observando que os pagamentos de dividendos no primeiro trimestre foram “indubitavelmente melhores do que o esperado”.
Isso sinaliza um retorno mais rápido dos pagamentos de dividendos, que secaram após o impacto da pandemia, já que as empresas saem do modo sobrevivência e abrem os cofres aos acionistas. Em foco estão setores como mineração, impulsionado pelo rali global das matérias-primas, e bancário, onde reguladores devem suspender as restrições impostas no ano passado.
Embora ainda existam preocupações sobre o ritmo da reabertura, há alguns sinais promissores. Apenas uma empresa em cinco cortou dividendos no primeiro trimestre, contra cerca de 30% delas ao longo do ano passado, segundo a Janus Henderson, com US$ 405 bilhões em ativos sob gestão.
Os pagamentos de dividendos foram liderados por empresas da América do Norte, que mostram maior resiliência, enquanto os dividendos europeus foram impulsionados por pagamentos de bancos escandinavos, que buscaram recuperar o atraso, segundo os analistas.
Por outro lado, a pandemia pode oferecer uma oportunidade para grandes pagadores de dividendos em mercados como o Reino Unido, redefinindo valores para um “nível mais sustentável” daqui em diante, disseram.
Embora o ambiente geral para os dividendos tenha melhorado, a Janus Henderson alerta para a volatilidade nos trimestres seguintes devido à persistência da pandemia em mercados emergentes, incerteza sobre dividendos do setor bancário da Europa e retomada das aquisições, o que reduz as reservas de caixa de empresas nos EUA.