NATURA: ações da empresa ainda acumulam perdas de 9,6% após anúncio da aquisição da The Body Shop / Divulgação (Natura/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2017 às 06h24.
Última atualização em 14 de novembro de 2017 às 09h54.
A fabricante de cosméticos Natura é uma das 28 empresas que divulgam seus números do terceiro trimestre e encerram a temporada de balanços nesta terça-feira.
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A expectativa de analistas do banco Goldman Sachs é que a empresa apresente um lucro de 110 milhões de reais, alta de 50% na comparação anual. A receita deve totalizar 1,57 bilhão de reais, um aumento de 19%.
O resultado deve ser o primeiro a incorporar as operações da The Body Shop, marca que a Natura concluiu a aquisição em setembro. A compra tornou a empresa, que já era dona da marca australiana Aesop, finalmente global, com presença em 70 países e faturamento que deve chegar a 11,5 bilhões de reais.
Apesar disso, a compra foi vista com desconfiança por investidores na época do anúncio, em junho. Pelo jeito, parte da desconfiança continua: as ações da empresa ainda acumulam uma queda de 9,6% desde então.
A visão de parte dos investidores é que a companhia arranjou ainda mais problemas para resolver. A Natura vem enfrentando dificuldades há algum tempo. A concorrência aumentou e o modelo de negócios focado apenas em vendas diretas se mostrou ultrapassado.
A participação da companhia no mercado brasileiro de perfumaria cosméticos passou de 14,9% em 2010 para 10,8% em 2016. A The Body Shop, que tinha como principal apelo o mesmo foco em produtos naturais que a Natura, perdeu o diferencial nos últimos anos com a chegada de novos e mais modernos concorrentes nos mercados desenvolvidos.
Após a conclusão da compra, a Natura anunciou a criação de uma holding, o grupo Natura, para controlar suas três marcas — que seguirão com administrações independentes.
A empresa também anunciou a nomeação de David Boynton, ex-diretor da L’Occitane, como presidente da The Body Shop. Boynton só vai substituir o atual presidente, Jeremy Schwartz, em 4 de dezembro. Até lá, investidores e analistas tentam entender se o plano da Natura pode funcionar.