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Investidores apostam em commodities à espera de novo boom

Cobre, minério de ferro e soja atingiram os níveis mais altos em mais de seis anos, estimulados por uma onda de compras da China

Commodities: os preços já deram um salto em relação à mínima no segundo trimestre (Rogério Reis/Site Exame)

Commodities: os preços já deram um salto em relação à mínima no segundo trimestre (Rogério Reis/Site Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 16h41.

Por quase uma década, as commodities estiveram fora de moda. Agora, quando investidores vasculham o mercado em busca da grande aposta da reflação, o setor está entre os favoritos novamente.

Investidores de peso como Point72 e Pimco apostam em valorização dos preços das commodities. O Goldman Sachs, referência em Wall Street, prevê um novo mercado altista para rivalizar com o boom impulsionado pela China nos anos 2000 e com os picos do preço do petróleo dos anos 1970.

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“Acreditamos realmente que os fundamentos já estão prontos para o início de um novo bull market estrutural”, disse Robert Howell, estrategista de pesquisa sênior da Gresham Investment Management, a unidade focada em commodities da Nuveen, com US$ 5,8 bilhões em ativos no setor. “Nos próximos anos, é altamente provável que muitos investidores olhem para 2020 e se perguntem como não perceberam esses sinais de um novo bull market de commodities.”

Os preços já deram um salto em relação à mínima no segundo trimestre. Cobre, minério de ferro e soja atingiram os níveis mais altos em mais de seis anos, estimulados por uma onda de compras da China.

Mas agora importadores chineses são acompanhados por investidores macro globais, atraídos pelas commodities com uma aposta na recuperação da economia global, bem como proteção contra a perspectiva de aceleração da inflação.

As commodities são ativos cíclicos estereotipados, que sobem e descem em sincronia com a economia global. Isso as coloca em primeiro lugar na fila para se beneficiarem da recuperação que pode ser desencadeada pelas vacinas contra o coronavírus.

“Estamos otimistas em relação às commodities em geral, já que a recuperação do crescimento econômico global e a possibilidade de avanço da inflação devem apoiar os preços”, afirma Evy Hambro, que ajuda a administrar US$ 16 bilhões como responsável global de investimentos temáticos e setoriais da BlackRock.

Nic Johnson, que administra cerca de US$ 20 bilhões em investimentos em índices de commodities, bem como um hedge fund da Pimco, acredita que as commodities “se beneficiarão com o tema reflacionário global”.

Claro, nem todos são otimistas. Por um lado, os preços já subiram muito. Johnson, da Pimco, diz estar “muito otimista” com o gás natural dos EUA, mas não espera que os preços agrícolas subam, a menos que haja uma queda significativa das safras no hemisfério sul.

Analistas do JPMorgan Chase alertaram na semana passada que o ciclo de crédito chinês já atingiu o pico e preveem preços mais baixos dos metais básicos ao longo de 2021. E, enquanto alguns temem a aceleração da inflação, outros veem poucos motivos para preocupação sob o argumento que a atividade econômica global permanecerá abaixo da capacidade por vários anos.

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