Operário trabalha em reforma de estádio no Brasil: gestores citaram o déficit comercial brasileiro como risco para investimentos (REUTERS/Sergio Moraes)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 11h11.
Chicago - Os investidores estão ficando cautelosos com ativos de mercados emergentes, apesar do status de um dos últimos vestígios de rentabilidade num ambiente de baixas taxas de juros.
Ao falar na Conferência de Investimento Morningstar em Chicago na quinta-feira, gestores do mercado monetário disseram que as expectativas dos investidores para crescimento econômico e retorno de investimento nos mercados emergentes são muito altos em relação aos riscos.
"As pessoas subestimaram totalmente os riscos nos mercados emergentes", afirmou o presidente-executivo do Richard Bernstein Advisors LLC, Richard Bernstein.
Bernstein disse que as estimativas de lucros para as empresas dos mercados emergentes estão muito otimistas e que os países emergentes estão propensos à inflação. Ele citou a Turquia como um exemplo.
Os países emergentes também são vulneráveis à bolha ou precificação em excesso do mercado imobiliário da China, afirmou o membro do time de alocação de ativos do GMO LLC James Montier.
"Nós temos preocupações reais com o risco fundamental incorporado nos mercados emergentes", afirmou.
As medidas globais de estímulo, como a do banco central japonês de injetar 1,4 trilhão de dólares na economia do país em menos de dois anos, também irão causar problemas para os títulos de mercados emergentes, afirmou o presidente de investimento do Janus Capital Group, Gibson Smith. Janus administrou 164 bilhões de dólares em ativos no final de março.
Alguns investidores disseram que o ato de desvalorização cambial, o que o BC japonês fez com o iene como resultado do estímulo, enfraquece a vantagem competitiva de países vizinhos.
Os lucros em dívida de mercados emergentes já foram feitos, disse o diretor-geral e de portfólio da Brandywine Global Investment Management, Stephen Smith.
Ele citou déficits comerciais em mercados emergetnes como o Brasil e Indonésia como sinais de alerta. O Brasil acumula entre janeiro e maio foi de 5,392 bilhões de dólares e superou o recorde anterior de 3,339 bilhões de dólares registrado nos primeiros cinco meses de 1995.