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Investidores aguardam melhora nas ações do Carrefour

Cortes nas metas de lucro e problemas na operação brasileira fizeram cotação despencar; aquisições em mercados emergentes podem ser um caminho, dizem analistas

O Carrefour é o maior varejista da Europa e o segundo do planeta (Daniela Toviansky/EXAME)

O Carrefour é o maior varejista da Europa e o segundo do planeta (Daniela Toviansky/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 15h29.

Paris - Com ações enfraquecidas, o Carrefour deve em breve sofrer pressões de dois de seus principais acionistas, Colony Capital e Groupe Arnault, para que tomem medidas mais audaciosas para impulsionar sua receita.

Após divulgar mais um alerta sobre suas projeções de lucro, e com o crescente nervosismo de investidores em relação à execução do ambicioso plano de recuperação do grupo, suas opções vão desde a venda de sua rede de supermercados populares Ed/Dia a se desfazer de seus ativos imobiliários.

O Carrefour, maior grupo varejista da Europa, pode usar os recursos levantados com essas vendas para promover recompras de ações e fechar aquisições em mercados emergentes com grande potencial de crescimento, como China e Índia, além de financiar seu plano de renovação de hipermercados Carrefour Planet, na Europa, afirmam analistas.

"Com essa péssima situação, a administração da companhia está enfraquecida, e ativistas podem usar isso para exigir mais vendas de ativos", disseram analistas do Exane BNP Paribas em nota.

Os fundos Colony Capital e Groupe Arnault, que juntos detêm 13,5 por cento do segundo maior grupo varejista do mundo, depois do Wal-Mart, continuam no vermelho em relação ao seu investimento inicial, em 2007, quando pagaram cerca de 50 euros por ação do Carrefour.

Atualmente, os papéis tem um valor de mercado de cerca de 32 euros e chegaram a atingir sua mínima em um ano no início da sessão nesta quarta-feira.

Tanto Colony, Groupe Arnault e Carrefour se recusaram a comentar as informações.

Executivo enfraquecido

Na terça-feira, o Carrefour anunciou um corte de sua meta de lucro para o ano pela segunda vez em seis semanas, o que elevou dúvidas sobre a credibilidade de suas projeções e a capacidade de seus executivos de controlar riscos internos, especialmente em suas operações no Brasil, onde registraram débitos devido a má administração.

Lars Olofsson, ex-executivo da Nestlé, tomou posse como presidente do grupo em 2009, com objetivo de recuperar a empresa, a pedido da Colony Capital e do Groupe Arnault.

Na terça-feira, Olofsson voltou a anunciar más notícias, ao afirmar que débitos no Brasil já atingiam 550 milhões de euros e que os efeitos da concorrência na França haviam piorado ainda mais desde meados de outubro, quando saiu o primeiro alerta sobre o Carrefour.

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