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Investidor estrangeiro aumenta aposta na B3 após vitória de Lula e entrada no ano supera R$ 100 bi

Fundos locais e pessoas físicas estiveram na ponta vendedora, com saldo negativo de R$ 1,9 bilhão

 (Thomas Trutschel/Getty Images)

(Thomas Trutschel/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de novembro de 2022 às 09h28.

Última atualização em 8 de novembro de 2022 às 09h57.

Dados divulgados pela B3 nesta quinta-feira, 3, mostram que o investidor estrangeiro colocou mais R$ 1,9 bilhão na bolsa brasileira no primeiro dia de negociação após o resultado das eleições, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como novo presidente.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 1,31% na segunda-feira, 31, em direção oposta à das bolsas americanas. O início do dia, no entanto, foi marcado por tensão, com índice chegando a cair mais de 2% na abertura. A virada teve início a partir das 10h30, mesmo horário em que abrem as bolsas de Nova York.

As reações iniciais, indicam os dados desta quinta, foram puxadas pelo investidor local, que esperava por uma reação negativa à vitória do candidato petista. Foram fundos brasileiros e a pessoa física que estiveram na ponta vendedora, com retirada de R$ 1,5 bilhão e R$ 362 milhões, respectivamente.

Com o fluxo de segunda, a entrada de estrangeiros na B3 no ano passa a ser de R$ 101,6 bilhões, condisiderando o ingresso em follow-ons (oferta subsequente de ações).

A entrada de capital externo na B3 na segunda foi 183% superior à média diária do outubro, que fechou com ingresso de R$ 14,1 bilhões de estrangeiros. O mês foi o de maior entrada desde agosto, quando o saldo foi R$ 16,4 bilhões.

Fim do ciclo de alta de juros, revisões de crescimento para cima e de inflação para baixo estão entre os fatores que têm colocado a bolsa brasileira entre os destaques positivos do mercado internacional. No ano, o Ibovespa acumula 11,5% de alta, enquanto os principais índices internacionais estão negativos. O S&P 500, dos Estados Unidos, já caiu mais de 20% e o Nasdaq, mais de 30%.

Apesar do bom momento do mercado brasileiro, o dinheiro de investidores locais tem ido para a renda fixa, onde a remuneração foi puxada pela alta de juros.

Segundo dados mais recentes da Anbima referentes à semana passada, fundos de ações estão com captação líquida negativa de R$ 61,9 bilhões no ano e os multimercados, de R$ 74,6 bilhões. Já os aportes em fundos de renda fixa acumulam R$ 119 bilhões no ano.

Essa migração de fluxo tem afetado a gestão de fundos de ações, forçando vendas, mesmo com o consenso de que a bolsa brasileira está em nível historicamente atrativo.

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