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Investidor avalia câmbio e quadro político atual

Embora ainda aposte num desfecho da crise que não prejudique tanto as reformas, o mercado vê o futuro de Temer ainda em aberto

Juros: os juros futuros encerraram o dia perto dos ajustes da sessão anterior (Carl Dwyer/SXC/SXC)

Juros: os juros futuros encerraram o dia perto dos ajustes da sessão anterior (Carl Dwyer/SXC/SXC)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 18h59.

São Paulo - Os juros futuros encerraram o dia perto dos ajustes da sessão anterior, refletindo uma postura mais cautelosa do mercado diante do avanço do dólar, agora mais perto de R$ 3,30, e também uma pausa para avaliação sobre as várias possibilidades de desfecho da crise política.

A agenda, que trouxe até agora somente a nota de crédito do Banco Central pela manhã, não chegou a influenciar os negócios, permitindo ao investidor manter o foco no quadro político e no câmbio.

A exceção foram os contratos de curtíssimo prazo, que fecharam em baixa, relacionada às apostas de queda da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio.

Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 fechou na mínima, com taxa de 10,400%, de 10,421% no ajuste de ontem, com 410.520 contratos.

A taxa do DI janeiro de 2018 (160.760 contratos) terminou em 9,540%, de 9,555% no ajuste anterior, e a do DI janeiro de 2019 (200.965 contratos) fechou em 9,65%, de 9,67%.

O DI janeiro de 2021 (170.550 contratos) encerrou a 10,68%, de 10,67%.

O dólar à vista era negociado, por volta das 16h30, a R$ 3,2899 (+0,29%).

As taxas futuras mostravam um viés de queda pela manhã, enquanto o câmbio era marcado por uma certa volatilidade, mas depois que o dólar se firmou em alta, reagindo à deterioração dos preços do petróleo no começo da tarde, os juros encostaram nos ajustes de ontem e oscilaram pouco à tarde.

"Estamos hoje bem perto da estabilidade. O dólar começou o dia mais leve e depois ficou mais pressionado, segurando um pouco o DI, uma vez também que já tivemos um movimento grande de alívio nos últimos dias", disse o diretor da Mafre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn.

Embora ainda aposte num desfecho da crise que não prejudique tanto as reformas, o mercado vê o futuro de Temer ainda em aberto, trabalhando com a possibilidade de que ele não terminará o mandato, mas também considerando a chance de uma sobrevida, que pode não ser tão curta quanto se imaginava.

"O mercado está meio sem cenário. O noticiário melhorou um pouco para o governo, com o legislativo andando e o 'vacilo' da oposição ontem pode ter fortalecido a base", disse um operador.

Ontem, seis medidas provisórias (MPs) foram aprovadas em pouco mais de duas horas de sessão na Câmara.

O pacote passou facilmente em razão da ausência da oposição, que deixou o plenário como forma de protesto contra a publicação do decreto que prevê o emprego das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios entre 24 e 31 de maio, e que hoje foi revogado.

Por outro lado, nesta tarde, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, protocolou o 13º pedido de impeachment do presidente Michel Temer.

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