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Inter é primeira fintech a abrir capital na B3 e deve atrair outras

O Banco da família Menin, dona da MRV, movimentou R$ 721,951 milhões em seu IPO nesta segunda-feira

 (Cauê Diniz/B3/Divulgação)

(Cauê Diniz/B3/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de abril de 2018 às 12h09.

Última atualização em 4 de maio de 2018 às 11h20.

São Paulo — O banco Inter, cujas ações estreiam hoje na B3, é a primeira fintech a listar suas ações na bolsa brasileira e, segundo o presidente do banco digital, João Vitor Menin, o fato ajudará o setor bancário brasileiro e deverá, de quebra, atrair outras startups do setor financeiro a abrirem capital.

Em cerimônia em comemoração à estreia do Inter, o executivo disse ainda que alguns bancos chegaram a sugerir que a instituição abrisse seu capital em uma bolsa estrangeira, visto que nos Estados Unidos, por exemplo, há grande presença de empresas do setor de tecnologia e, por isso, esse acaba sendo o destino de muitas companhias desse segmento.

No entanto, Menin disse que o banco é brasileiro, feito por brasileiros e que, assim, seria justo que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) fosse no Brasil.

O presidente do banco Inter elogiou ainda a agenda do Banco Central, a BC+, que segundo ele "tem tudo a ver com o banco Inter".

O Banco Inter, da família Menin, dona da MRV, movimentou R$ 721,951 milhões em seu IPO. A ação foi precificada em R$ 18,50, um pouco acima do piso do intervalo previsto. A demanda pelas ações ofertadas chegou em 1,5 vez.

Da oferta primária, que somou R$ 541,463 milhões, os recursos serão utilizados para investimentos para "incrementar operações de crédito", investimentos em tecnologia, em marketing e expansão dos negócios por meio de aquisições estratégicas. Outros R$ 180,487 milhões referem-se à oferta secundária.

B3

Há um mito no mercado brasileiro de que o IPO de empresas de tecnologia precisam ser realizado fora do País, disse o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, após participar de evento de comemoração pela estreia do Banco Inter na bolsa. Segundo o executivo, existe no momento um esforço por parte da B3 para que as listagens dessas empresas sejam na bolsa local.

Finkelsztain disse ainda que as companhias brasileiras que escolhem Nova York para abrir seu capital acabam, depois da oferta, sendo "esquecidas", visto que serão apenas mais uma entre inúmeras empresas ali listadas. Se a escolha é pela listagem na bolsa brasileira, a companhia de tecnologia poderá, com o tempo, participar de índices e de ETFs, por exemplo.

Neste ano, em janeiro, a empresa de meios de pagamento PagSeguro abriu seu capital na bolsa de Nova York, em uma oferta que girou mais de R$ 7 bilhões.

Em sua fala antes do toque do sino na bolsa, para estreia do papel do banco Inter, o presidente da B3 disse que a oferta da instituição é um passo importante para seu desenvolvimento e crescimento. "O IPO deve impactar de forma positiva o mercado bancário", disse.

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