Inflação americana: expectativa é de alta anual de 8,3% (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 10 de junho de 2022 às 07h15.
Última atualização em 10 de junho de 2022 às 07h37.
Os mercados internacionais estendem as perdas da véspera nesta sexta-feira, 10, com investidores à espera da divulgação do Índice de Preço ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês). O indicador, o mais aguardado da semana, é considerado uma das peças-chave para entender o momento econômico atual, de maior pressão de custos e redução de margens operacionais.
A expectativa é de que o CPI de maio acelere de 0,3% para 0,7% na comparação mensal, mantendo o patamar de 8,3% no acumulado de 12 meses. Para o núcleo do CPI, o consenso é de desaceleração de 6,2% para 5,9%. Surpresas para cima têm potencial de azedar ainda mais o humor de investidores globais.
O rendimento dos títulos do Tesouro americano vencimento em 2 anos sobe nesta manhã para próximo do maior patamar desde 2018 para acima de 2,85%. O percentual, a grosso modo, reflete a expectativa de juro médio na economia americana para o período, indicando a necessidade de um aperto monetário mais duro no curto prazo para conter a inflação.
A expectativa de juros mais altos na maior economia do mundo volta a dar o tom negativo no mercado global de ações. Bolsas da Europa caem mais de 1% nesta manhã, após já terem sofrido duras perdas na véspera, após o Banco Central Europeu elevar as expectativas de inflação para o continente e reduzir as de crescimento.
Índices futuros de Nova York operam próximos da estabilidade, com investidores avaliando possíveis oportunidades de compra, após as bolsas de Wall Street terem caído mais de 2% no último pregão. Mas para muitos investidores, comprar antes do CPI e após tamanha queda no mercado americano pode se assemelhar ao risco de "pegar a faca caindo". Há a chance de segurar o cabo, mas o corte também pode ser feio.
No Brasil, serão divulgados os dados de vendas do varejo de abril nesta manhã. A expectativa, segundo consenso da Bloomberg, é de alta de 0,30% em relação ao mês anterior e de 2,5% frente ao mesmo período do ano passado.
As ações da Eletrobras saíram por R$ 42 na oferta que marcou a privatização da companhia, representando um desconto de 2,4% em relação ao preço do último fechamento. A oferta movimentou R$ 29,3 bilhões, sendo R$ 26,36 bilhões correspondente à oferta primária (em que o valor vai para o caixa da empresa) e R$ 2,93 bilhões à venda da participação do BNDESPAR no negócio.
O TC anunciou na última noite a compra da corretora Dibran como forma de acelerar a estratégia de se tornar uma plataforma integrada de serviços a investidores. A expectativa é de que a aquisição, que ainda depende da aprovação do Banco Central, seja concluída em 6 a 18 meses. O valor da operação não foi divulgado.