Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2012 às 13h37.
São Paulo - A Bovespa operava no vermelho nesta quinta-feira, com as ações da OGX mais uma vez pressionando o principal índice da bolsa, e o mercado atento à Europa. Às 13h20, o Ibovespa tinha baixa de 0,4 por cento, a 52.896 pontos. O giro financeiro do pregão era de 2,5 bilhões de reais.
"A Bovespa descolou do resto do mundo ontem, por isso é natural esperar algum ajuste técnico hoje", afirmou o operador Pedro Amaro, da PAX Corretora. "O mercado também espera alguma posição da cúpula da Europa. Ainda não dá para saber para que direção vai o índice, são muitas incertezas no cenário." OGX novamente pesava no Ibovespa, com recuo de 7,2 por cento, a 5,80 reais.
Na véspera, o papel derreteu 25 por cento, após a divulgação de dados de produção da empresa que decepcionaram analistas. Ainda entre as blue chips, a preferencial da Vale caía 1,5 por cento, a 38,26 reais, enquanto a da Petrobras tinha alta de 1,2 por cento, a 17,85 reais.
O setor bancário figurava entre as principais influências negativas, com destaque para Bradesco, que recuava 1,8 por cento, a 29,05 reais. Itaú Unibanco tinha baixa de 1,4 por cento, a 27,12 reais. Na noite da véspera, a agência de classificação de risco Moody's anunciou a redução das notas de "standalone bank financial strength" de oito bancos brasileiros. Ainda na cena doméstica, o Banco Central reduziu a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano, de 3,5 para 2,5 por cento, devido à recuperação ainda lenta da atividade. Na contramão, o setor de construção civil subia. Segundo o economista Gustavo Mendonça, da Oren Investimentos, isso se deve à perspectiva de que o cenário de menor crescimento econômico nos próximos meses levará a mais cortes de juros, o que tenderia a favorecer o segmento.
"O mercado tem uma relação inversa com estimativas de crescimento, porque o BC reconheceu que vamos ter crescimento menor aumenta a probabilidade de vermos novos cortes de juros e mais expansão econômica à frente." PDG Realty subia 2,7 por cento, a 3,42 reais, MRV tinha alta de 3,5 por cento, a 8,91 reais, Cyrela avançava 2,6 por cento, a 14,66 reais, enquanto Rossi Residencial crescia 2,4 por cento, a 4,75 reais.
Fora do índice, Suzano recuava 3,9 por cento, a 3,91 reais, após a precificação da oferta pública de ações na véspera, a 4 reais cada papel. Os mercados externos operavam em queda, com investidores mostrando ceticismo de que a cúpula de líderes da União Europeia resulte em medidas concretas contra a crise da dívida na região.
Dados dos Estados Unidos também tiravam o ânimo de investidores. O crescimento do Produto Interno Bruto foi mantido em 1,9 por cento no primeiro trimestre, mas os gastos dos consumidores e a expansão das exportações foram menos robustos como se esperava. "O cenário aponta para baixo. Mas as bolsas poderiam mostrar alguma recuperação, caso venha alguma medida mais concreta por parte dos líderes europeus", afirmou o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.