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Bovespa recua 2% após rebaixamento da Moody's

O noticiário corporativo também estava no radar, com resultados trimestrais, como o da WEG


	Moody's: noticiário corporativo também estava no radar
 (Emmanuel Dunand/AFP)

Moody's: noticiário corporativo também estava no radar (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 10h54.

São Paulo - A Bovespa engatava a segunda sessão de perdas nesta quarta-feira, pressionada pelo quadro externo desfavorável e com agentes financeiros digerindo o rebaixamento da nota do Brasil pela Moody's e mudança na perspectiva para "negativa".

O noticiário corporativo também estava no radar, com resultados trimestrais, como o da WEG, e decisão do Banco do Brasil de reduzir o percentual do lucro a ser distribuído a acionistas para 25 por cento.

Às 10:43, o Ibovespa caía 1,96 por cento, a 41.686,59 pontos, com praticamente todas as ações do índice no vermelho. O volume financeiro era de 456 milhões de reais.

A agência de classificação de risco Moodys rebaixou a nota de crédito do Brasil para "Ba2", ante "Baa3", e indicou que novos cortes podem vir ao mudar a perspectiva da nota para negativa, citando o ambiente econômico e político desfavorável do país.

"É ruim, mas era esperado. O que não era esperado era a magnitude: 2 degraus de uma vez e com perspectiva negativa", disse o diretor de Operacões da Mirae Asset Wealth Management no Brasil, Pablo Stipanicic Spyer, destacando que é mais uma pressão negativa na bolsa, com os negócios desta quarta-feira já afetados pela cena externa negativa.

Na visão de Spyer, a decisão deixa o país cada vez mais longe de voltar a ser grau de investimento.

"E isso fará com que os ativos brasileiros fiquem mais tempo como 'junk', retardando ainda mais nossa recuperação econômica."

No exterior, os mercados eram pressionados entre outros fatores pelo petróleo em queda, ainda reagindo a declarações na véspera da Arábia Saudita descartando a chance de corte de produção entre os grandes produtores da commodity.

Destaques

- BANCO DO BRASIL recuava 3,2 por cento, pressionado pelo exterior desfavorável e decisão da Moodys sobre o Brasil, uma vez também deve ser extendida ao banco. Agentes financeiros também analisavam decisão do Conselho de Administração do BB de aprovar corte no percentual de retorno ao acionista em relação ao lucro para 25 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíam 2,13 e 2,3 por cento, respectivamente, afetados pelo cenário externo desfavorável e decisão sobre o rating brasileiro, que costuma afetar principalmente bancos, com corte na nota do setor aguardada na sequida. SANTANDER BRASIL perdia 1 por cento.

- PETROBRAS tinha as preferenciais em baixa de 3,9 por cento, na esteira do declínio dos preços do petróleo e agentes digerindo a decisão da Moody's, que será extendida para a estatal.

- VALE mostrava as preferenciais em baixa de 4,6 por cento, contaminada pelo quadro internacional negativo como um todo, com queda nos preços de commodities, incluindo minério de ferro à vista na China <.IO62-CNI=SI>. Trabalhadores da mineradora também paralisaram as atividades nesta quarta-feira na mina de minério de ferro Timbopeba, no complexo de Mariana (MG).

- WEG caía 5 por cento, entre as maiores perdas do Ibovespa, após reportar resultado trimestral, que mostrou alta no lucro apoiada no mercado externo, enquanto o Ebitda somou 382 milhões de reais nos últimos três meses, praticamente estável sobre mesmo período do exercício anterior.

- TRACTEBEL cedia 0,5 por cento, após balanço do quarto trimestre, com lucro de 599,7 milhões de reais, alta de 24,4 por cento ante o mesmo período de 2014.

- ELETROPAULO, que não está no Ibovespa, perdia 4,2 por cento, em meio à repercussão do lucro de 11 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 96 por cento na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Texto atualizado às 10h53.

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