Bovespa: na semana, o índice recuou 2,84 por cento, na quarta queda semanal seguida (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 17h18.
São Paulo - A Bovespa recuou mais de 1 por cento nesta sexta-feira e fechou pela primeira vez abaixo dos 48 mil pontos em quase seis meses, em meio à cautela de investidores com os mercados emergentes e seguindo as bolsas norte-americanas.
O Ibovespa perdeu 1,10 por cento no dia, a 47.787 pontos. Desde o dia 7 de agosto o índice não fechava abaixo de 48 mil pontos. Na semana, o índice recuou 2,84 por cento, na quarta queda semanal seguida. O giro financeiro do pregão foi de 6,8 bilhões de reais.
"O movimenbto é reflexo de um temor de investir no Brasil e de uma fuga de capital, com investidores deixando o país", afirmou o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.
Pesavam sobre os mercados temores de um novo corte no programa de estímulos do banco central norte-americano em sua reunião da próxima semana, o que reduziria os fluxos de capitais globais, principalmente para países emergentes.
Além disso, continuavam repercutindo dados apontando desaceleração da China, segunda maior economia do mundo e maior destino das exportações brasileiras.
Nesse contexto, relatório da gestora de fundos Pimco divulgado na véspera criticando a política econômica brasileira e a situação da Argentina, cuja moeda sofreu sua pior queda diária em 12 anos na véspera, ajudaram a acentuar a cautela do mercado.
Outro fator que impediu a Bovespa de fechar no azul foi a queda dos índices norte-americanos Dow Jones e S&P 500 . "Os dois dias de realização nos Estados Unidos, parcialmente em cima de balanços corporativos do país, estão afetando a bolsa por aqui", afirmou o estrategista Alexandre Ghirghi, da Método Investimentos.
As ações da Petrobras e de bancos, como Bradesco e Itaú Unibanco, exerceram as maiores pressões de queda sobre o Ibovespa.
A ação da Brookfield Incorporações, contudo, registrou a maior queda do pregão, após ter disparado 18,92 por cento na quinta-feira em meio a especulações sobre fechamento de capital. Impediram maiores perdas da bolsa as ações de companhias exportadoras, como Fibria, Suzano e JBS , beneficiadas pelo cenário de alta do dólar. Apesar de ter fechado em queda, a divisa dos EUA chegou a bater 2,43 reais na máxima do dia, depois de ter subido mais de 1 por cento na véspera.
"Podem se destacar do resto do mercado as exportadoras, por conta da alta forte do dólar, e papéis que pagam dividendos, assim como concessionárias, que tem receita regulada", afirmou Gouveia, da Legan Asset.
A mineradora Vale, na contramão da outra blue chip da bolsa, a Petrobras, conseguiu fechar em alta, recuperando parte do terreno perdido desde o início do ano. "Quem vendeu muito está dando uma recomprada, pois a ação pesou demais. Somente em janeiro estava quase com a queda acumulada de todo o ano passado, de 15 por cento", afirmou o analista sênior do BB Investimentos, Hamilton Alves, acrescentando que o cenário de alta do dólar também ajudou a companhia exportadora neste pregão.