Pessoas caminham em frente a Bovespa: às 10h12, o Ibovespa perdia 0,75%, a 48.546 pontos, pressionado principalmente por bancos e Ambev (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2016 às 12h08.
São Paulo - A Bovespa adotava trajetória negativa, com o cenário externo novamente mais avesso a ativos de risco e com investidores ainda repercutindo a decisão na véspera do Federal Reserve, que mostrou tom cauteloso.
Às 11h02, o Ibovespa perdia 1,7%, a 48.099 pontos. O giro financeiro era de 817,8 milhões de reais.
O fato de o Banco Central do Japão não ter anunciado novos estímulos monetários e a renovada cautela com a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia contribuíam para o dia mais negativo no exterior.
Pesquisa Ipsos MORI mostrou que o apoio à saída do bloco subiu para 53%.
Além disso, comentários do Fed na véspera ainda eram objeto de análise, após a chair da autoridade monetária, Janet Yellen, afirmar que o banco central ainda precisa ver sinais mais claros de força econômica antes de elevar os juros.
Yellen atribuiu parte do tom cauteloso ao referendo sobre a Grã-Bretanha.
O índice norte-americano S&P 500 recuava 0,9%.
No Brasil, a cena política seguia como pano de fundo. Na quarta-feira, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que o presidente interino Michel Temer pediu recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012.
Temer negou as acusações em pronunciamento, classificando as declarações de Machado como irresponsáveis e criminosas.
Destaques
USIMINAS, com alta de 1% nos papéis PNA, continuava se beneficiando de acordo de refinanciamento com credores em que obteve prazo de 10 anos, com 3 anos de carência, para pagamento de 75% de sua dívida total. Na véspera o papel já havia ganhado 22,75% com a notícia.
EMBRAER subia 4,3%, entre as maiores altas do Ibovespa. O Bank of America Merrill Lynch elevou a recomendação do ADR da empresa para "compra".
KROTON caía 4,45%, conforme a possível fusão com a Estácio é questionada por entidades do setor. No Congresso Nacional, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) pretende realizar audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara para tratar do assunto.
JBS caía 4,7%, após notícia do Valor Econômico afirmando que o ex-presidente da Transpetro e ex-senador Sérgio Machado teria dito que, em 2014, ouviu de senadores que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB na ordem de 40 milhões de reais a pedido do PT.
PETROBRAS recuava 2,3% nas preferenciais, com os preços do petróleo atingindo mínima em mais de três semanas nesta quinta-feira, no sexto dia consecutivo de queda.
O papel caía apesar da notícia considerada positiva de que a estatal iniciou processo para venda da Liquigás Distribuidora.
CPFL ENERGIA perdia 0,7%, na sequência no anúncio de acordo para aquisição da distribuidora gaúcha de eletricidade AES Sul, controlada pela norte-americana AES , por um valor total de cerca de 1,7 bilhão de reais, sujeito a ajustes.
GOL, fora do Ibovespa, perdia 4%, depois de a companhia aérea estender novamente o prazo de encerramento para a oferta de troca de bônus.
Até a véspera, detentores de 135,5 milhões de dólares em bônus da empresa que vencem em 2017, 2020, 2022 e 2023 aceitaram a troca, montante praticamente igual ao da última prorrogação, ocorrida na semana passada.
Matéria atualizada às 12h07