Donald Trump: o presidente americano segue dizendo que não está preocupado (Yuri Gripas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 06h55.
Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 07h09.
São Paulo — O impacto da aprovação do impeachment de Donald Trump na Câmara dos Deputados americana ainda não está clara para investidores e analistas. A aprovação, na noite desta quarta-feira, fez os mercados na Ásia e na Europa andarem de lado nesta quinta-feira.
Duas acusações pesaram contra o atual presidente: abuso de poder e obstrução do Congresso. O resultado não é uma novidade: a casa é controlada pela maioria democrata e eram necessários apenas 216 votos. A Câmara dos Representantes é composta por 431 membros, dos quais 233 são democratas. O processo vai agora para o Senado, onda o partido republicano, de Trump, tem 53 dos 100 senadores — são necessários dois terços dos votos para seu impedimento.
A votação desta quarta-feira é resultado de três meses de averiguação em torno das acusações de que Trump teria pedido ao presidente da Ucrânia que investigasse Joe Biden (seu rival na disputa pela Casa Branca em 2020) e seu filho, Hunter. Para pressioná-lo, o presidente americano teria suspendido o envio de ajuda financeira ao país.
O processo deve fazer Trump apostar ainda mais na relação com sua fiel base de eleitores, reforçando o clima de campanha eleitoral — os eleitores americanos escolhem seu presidente no fim do ano que vem. Ontem, enquanto os deputados encaminhavam o impeachment, Trump falava para 10.000 apoiadores numa arena a 600 milhas de Washington. Ele ressaltou que, apesar do resultado negativo, conseguiu manter a base republicana unida.
Além disso, voltou a dizer ser vítima de um complô: “eu sou a primeira pessoa a ser alvo de impeachment sem crime”. Voltou a encerrar o discurso com um mantra que tem repetido nos últimos dias nas redes sociais: “não estou preocupado”.
Analistas políticos e econômicos se debatem sobre o peso que o impeachment pode ter na candidatura de reeleição de Trump. Embora 47% dos americanos digam ser favoráveis ao impeachment, não está claro se a avaliação pesará nas urnas. Os Estados Unidos começarão o ano eleitoral com taxa mínima de desemprego, de 3,5%, economia crescendo mais de 2% e recorde nas bolsas.