Radar: dia é de agenda cheia para os balanços no Brasil (Arquivo/Agência Brasil)
Repórter de finanças
Publicado em 7 de agosto de 2024 às 08h34.
Os mercados internacionais operam em alta na manhã desta quarta-feira, 7. As bolsas da Europa abriram com avanço de mais de 1%, enquanto os índices futuros dos Estados Unidos também se valorizaram. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta. O dia é mais um de recuperação após as fortes perdas globais na segunda-feira, 5, quando os índices do Japão chegaram a cair mais de 12%. Um dos motivos para o alívio entre os investidores foi as declarações de um executivo do Banco do Japão (BoJ) que garantiu que a instituição não voltará a subir juros enquanto os mercados estiverem instáveis.
Em dia de agenda de indicadores mais esvaziada, os olhares se voltam para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). O indicador de inflação calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e é amplamente utilizado no Brasil para reajustar contratos, como aluguéis e tarifas, e também para balizar políticas econômicas e decisões de investimento.
Segundo dados divulgados nesta manhã, o índice subiu 0,83% em julho, acima da estimativa das Projeções Broadcast de 0,65% e da estimativa da Genial Investimentos, de 0,71%. No mês de junho, a taxa havia sido de 0,50%. Com este resultado, o índice acumula alta de 1,95% no ano e de 4,16% em 12 meses. Em julho de 2023, o índice caiu 0,40% e acumulava queda de 7,47% em 12 meses.
O mercado também repercute mais uma nomeação na Petrobras (PETR4). Em meio a diversas alterações no quadro de executivos da petroleira, desde 24 de maio deste ano, quando Magda Chambriard foi nomeada presidente da companhia, Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete da ex-presidente Dilma Rousseff, foi nomeado assessor especial de Chambriard. De acordo com Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, a volta de Giles ao poder tem por objetivo “cuidar do relacionamento com o poder público.” Giles assessorou Dilma desde que era ministra de Minas e Energia e deixou o governo durante o impeachment, em 2016.
De olho na temporada de balanços, o destaque é Banco do Brasil (BBAS3) que divulgará seus números pós-mercado. Além do BB, Braskem (BRKM5), C&A (CEAB3), Casas Bahia (BHIA3), Cogna (COGN3), Copel (CPLE6), Dexco (DXCO3), Eletromidia (ELMD3), Energisa (ENGI11), CVC (CVCB3), Guararapes (GUAR3), Minerva (BEEF3), Qualicorp (QUAL3), Tenda (TEND3), Totvs (TOTS3), Ultrapar (UGPA3), Santos Brasil (STBP3), Engie (EGIE3) e Oi (OIBR3) também divulgam seus números após o fechamento da sessão.
Pela manhã, Banco Pan (BPAN4) divulgou seus números. Segundo o balanço, a companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 211 milhões no segundo trimestre de 2024, alta de 11% em 12 meses. Frente ao trimestre anterior, o lucro do PAN recuou 2,7%. A instituição, controlada pelo BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), apresentou um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 11,7%, o que representa uma alta de 0,5 ponto percentual (p.p.) frente ao mesmo período do ano passado. Na comparação trimestral, no entanto, houve uma baixa de 0,4 p.p..
Nos EUA, destaque para Banco Inter (NASDAQ: INTR) e Walt Disney (NYSE: DIS) que publicam agora pela manhã. O Inter apresentou novamente um lucro recorde no segundo trimestre deste ano, atingindo R$ 223 milhões, quase três vezes maior em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este resultado superou ligeiramente as expectativas do mercado, que haviam sido ajustadas para cima após os fortes números do início do ano, estimando um lucro de R$ 210 milhões.
A Disney também surpreendeu positivamente. De acordo com o balanço, a companhia registrou um lucro por ação (LPA) de US$ 1,39 no segundo trimestre de 2024, US$ 0,19 acima da estimativa dos analistas de US$ 1,20. A receita trimestral por sua vez foi de U$23,2 bilhões, contra o consenso de mercado de US$ 23,08 bilhões.
O mercado também repercute os números do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Itaú (ITUB4) do dia anterior. O GPA apresentou prejuízo líquido de R$ 332 milhões no segundo trimestre de 2024, no entanto, o resultado foi 21,9% melhor do que o apresentado um ano antes. Já o Itaú, maior banco da América Latina, apresentou um lucro líquido de R$ 10,072 bilhões no segundo trimestre deste ano – alta de 15,2% frente ao mesmo período do ano passado, e de 3,1% contra o saldo do trimestre anterior.