Ibovespa teve a terceira alta semanal consecutiva. (MicroStockHub/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 13 de setembro de 2019 às 18h02.
Última atualização em 13 de setembro de 2019 às 19h01.
O Ibovespa teve queda de 0,83% nesta sexta-feira (13) e foi a 103.501,18 pontos. A baixa, porém, foi insuficiente para apagar os ganhos dos últimos dias, que fizeram com que o índice fechasse a semana em alta de 0,59%. Este foi o terceiro avanço semanal consecutivo, motivado, em partes, pelo esfriamento da tensão comercial entre China e Estados Unidos.
Na quarta-feira (11), a China chegou a isentar alguns produtos importados dos Estados Unidos de tarifas extras. Os dois países tem uma reunião agendada para outubro para tratar do conflito comercial. Na quinta-feira (12), o presidente Donald Trump afirmou que considera um acordo provisório com a China.
Outro ponto que ajudou o Ibovespa a elevar a pontuação nesta semana foi a queda dos juros anunciada pelo Banco Central Europeu. A medida, embora já esperada, impactou positivamente os mercados. Os juros baixos tendem a elevar o volume de negócios nas bolsas, já que os rendimentos de renda fixa se tornam menos atrativos.
Nesta sexta-feira, o Banco Central divulgou o resultado do IBC-Br de julho, que ficou abaixo das expectativas dos investidores. Considerado uma prévia do PIB antes do anúncio oficial do IBGE, o índice ficou negativo em 0,16%. O resultado levantou dúvidas quanto ao crescimento no terceiro trimestre. O IBC-Br de julho também serviu como um contraponto à alta nas vendas do varejo, apresentada pelo IBGE na última quarta.
Além da prévia do PIB, as recentes altas deixaram o mercado ressabiado, o que dificultou novos avanços na Bolsa. “Agora que o Ibovespa subiu em 6 dos 7 últimos pregões, é hora de ficar mais cauteloso”, escreveu o analista da Rico Thiago Salomão em relatório enviado a clientes pela manhã.
Destaque do pregão desta sexta, as ações da Marfrig subiram 6,44% após a empresa anunciar a contratação de 400 pessoas para trabalhar na fábrica de Promissão, no Estado de São Paulo. Segundo a companhia, a mão de obra extra servirá para atender as exportações para o mercado chinês. Recentemente mais dois frigoríficos da Marfrig foram habilitados para exportar para a China. Com isso, a empresa passou a ter onze unidades habilitadas.
A Oi, por outro lado, teve sua nota de crédito rebaixada pela Standard & Poor’s, que mudou a perspectiva da empresa de estável para negativa. Isso desencadeou as vendas das ações da companhia, que tiveram queda de 10,26% neste pregão.
Segundo a agência de rating, o rebaixamento se deu em virtude da menor receita com os serviços de telefonia fixa e da dificuldade de execução do plano de investimentos.
Nesta semana, o Senado aprovou o projeto que altera a Lei Geral das Teles, o que poderia beneficiar a Oi, já que a gigante americana T&T já demonstrou interesse pela empresa, caso o projeto fosse aprovado. Mesmo com sua aprovação na noite de quarta, as ações da Oi tiveram queda de 3,31% no pregão do dia seguinte.
Após três dias de baixa, o dólar voltou a subir nesta sexta e fechou em alta de 0,69%, sendo negociado a 4,087 reais. A moeda americana teve valorização de 0,63% na semana.
Beneficiada pelo dólar alto, as ações da Suzano subiram 2,30% e acumulam alta de 14,51% no mês. Também exportadora de papel, a Klabin viu seus papéis ordinários subiram 2,54%, acumulando alta de 4,61% no mês.
Brasil e Estados Unidos devem definir os próximos passos de suas economias na semana que vem, quando as principais autoridades monetárias de cada país vão se reunir para decidir se devem ou não voltar a cortar os juros. O mercado aguarda atentamente os resultados dessas reuniões, já que novas quedas podem ser positivas para o mercado acionário.