Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 28 de março de 2022 às 10h41.
Última atualização em 28 de março de 2022 às 16h25.
Ibovespa hoje: a bolsa brasileira opera em queda na tarde desta segunda-feira, 28. O principal índice da B3 ameaça encerrar sua maior sequência positiva desde junho do ano passado – o principal índice da B3 vem de oito pregões seguidos de alta. Já o dólar, que vinha recuando por oito pregões consecutivos, hoje sobe.
Além da alguma realização de lucros, mais cedo o tom negativo nos mercados foi amplificado pela maior fraqueza de Wall Street, com investidores ainda atentos aos efeitos da inflação e aos próximos passos do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Ao longo da tarde, no entanto, as preocupações se dissiparam e os índices passaram a mostrar recuperação.
O índice de tecnologia Nasdaq, embora sofra mais com as perspectivas de alta de juros, tem o melhor desempenho nesta segunda. O possível desdobramento de ações Tesla, que sobem mais de 9%, está como pano de fundo da alta. A empresa de Elon Musk anunciou nesta segunda que pretende levar a proposta de desdobramento para votação.
O tom também foi ligeiramente positivo na Europa, onde a queda de mais de 8% do petróleo ajuda a reduzir as preocupações sobre o nível da inflação no continente mais afetado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. O petróleo Brent, que terminou a última semana cotado próximo de US$ 120 por barril, é negociado na casa dos US$ 110, com temores sobre os efeitos de novas restrições para conter o coronavírus na China, após Xangai entrar em lockdown.
A desvalorização da commodity, porém, cobra custo adicional ao mercado brasileiro, com ações do setor em queda. A Petrobras (PETR3, PETR4), com o segundo maior peso do Ibovespa, cai mais de 2%.
Ainda entre as maiores quedas estão ações ligadas à economia interna, com investidores esperando inflação mais alta para este e o próximo ano. Em boletim Focus desta segunda, o consenso de economistas para o IPCA subiu de 6,59% para 6,86% para 2022. Para 2023, a expectativa subiu de 3,75% para 3,80%.
"O Focus desta semana veio com piora generalizada nas expectativas de inflação e coloca em cheque uma leitura mais dovish [expansionista] da condução da política monetária no Brasil", disse, em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton.
Do lado oposto, exportadoras que estiveram entre as maiores perdas da última sessão, são destaques de alta, com a recuperação da moeda americana.