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Ibovespa tem 4º pregão consecutivo de queda e perde os 115 mil pontos

Vale puxa movimento negativo após produção do primeiro trimestre decepcionar investidores; Natura desaba 15%

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 20 de abril de 2022 às 17h24.

Última atualização em 20 de abril de 2022 às 17h45.

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 registrou nesta quarta-feira, 20, sua quarta queda consecutiva. O Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,62%, aos 114.343 pontos, mais uma vez pressionado pelas ações da Vale (VALE3).

Os papéis da mineradora caíram mais de 2%, com investidores repercutindo a prévia operacional do primeiro trimestre da companhia, divulgada na última noite.

A Vale registrou redução de 6% na produção de minério de ferro frente ao mesmo período do ano passado. Entre as explicações para a menor produção, a Vale citou as chuvas em Minas Gerais. As vendas caíram 9,6%.

  • Vale (VALE3): - 2,60%

"Apesar das expectativas para a produção de minério já estarem ancoradas para baixo neste primeiro trimestre, os números divulgados vieram abaixo de nossas estimativas e o mercado deve reagir negativamente à prévia", diz a Ativa, em relatório.

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O movimento das ações da Vale – que possuem a maior participação entre todas as ações da carteira Ibovespa – impediu que a bolsa brasileira acompanhasse o tom positivo do mercado internacional. 

Na Europa, as bolsas fecharam em alta, acompanhando resultados corporativos. Nos Estados Unidos, no entanto, o movimento foi misto, após o balanço da Netflix ter prejudicado o sentimento do mercado. As ações da companhia de streaming desabam 30% e prejudicam, principalmente, o índice de tecnologia Nasdaq. A explicação para a queda está na primeira baixa do número de assinantes em 10 anos, que surpreendeu negativamente os analistas.

Os papéis da Netflix desabaram 35,02% no mercado americano. No Brasil, os BDRs (NFLX34) fecharam o dia em queda de 24,27%.

  • Dow Jones (EUA): + 0,72%
  • S&P 500 (EUA): - 0,06%
  • Nasdaq (EUA): - 1,22%
  • Stoxx 600 (Europa): + 0,84%

Destaques de ações

No Brasil, a temporada de balanços teve início nesta manhã, com o resultado da Usiminas (USIM5), que desagradou investidores. As ações da siderúrgica figuram entre as maiores perdas do Ibovespa, com queda de mais de 6%.

O lucro líquido da companhia caiu 49% frente ao trimestre anterior para R$ 1.263 bilhão. Em relação ao mesmo período do ano passado, o Ebitda ajustado saiu 36% menor. A margem Ebitda ajustada desabou 14 pontos percentuais no período para 20%. Os números adicionam pressão a outros papéis do setor, com o mercado revisando as projeções para baixo.

  • Usiminas (USIM5): - 6,34%
  • CSN (CSNA3): - 4,10%

Segundo analistas do BTG Pactual, ainda há "muito trabalho pela frente" até que a empresa volte aos trilhos. "Embora tenhamos visto o primeiro trimestre mais como um período de transição para a Usiminas, com custos crescentes e preços de aço mais brandos, também continuamos cautelosos com as perspectivas. Os preços de placas e carvão continuam elevados, com a empresa também orientando para embarques de aço menores no segundo trimestre", afirmam em relatório.

A maior queda do dia, no entanto, ficou com os papéis da Natura (NTCO3), que caíram mais de 15% em meio a especulações de que os resultados do primeiro trimestre devem vir abaixo do consenso. Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, analistas acreditam que os números de receita e margem devem vir fracos. As conclusões teriam sido tiradas após conversas com a companhia.

Uma fonte que preferiu não se manifestar afirmou que o principal foco de atenção devem ser os resultados da Avon. A divulgação oficial do balanço do primeiro trimestre da Natura está prevista para 5 de maio, mas os analistas já anteciparam os rumores no preço do papel.

  • Natura (NTCO3): - 15,58%

Outro destaque do dia são as ações da Eletrobras (ELET3, ELET6), que fecharam entre as maiores altas com investidores aguardando notícias sobre o processo de privatização da companhia.

O dia foi de volatilidade: os papéis abriram em alta, mas perderam força após o ministro Vital do Rêgo, do Tribual de Contas da União (TCU), pedir vista de 60 dias no processo de privatização da companhia. O pedido pode adiar – ou até mesmo inviabilizar – a desestatização. Ao longo da tarde, no entanto, os papéis voltaram a subir e fecharam em torno de 4% de alta com investidores aguardando a decisão dos demais ministros sobre o caso

  • Eletrobras (ELET6): + 4,60%
  • Eletrobras (ELET3): + 3,94%
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