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Ibovespa sobe com EUA e dólar cai 1,2%; Embraer dispara 9% e lidera ganhos

Nos EUA, S&P 500 bate nova máxima histórica com rali das big techs e em meio à expectativa de continuidade da política acomodatícia no país; Nasdaq avança cerca de 1%

Painel com cotações no ambiente da bolsa brasileira antes da pandemia Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações no ambiente da bolsa brasileira antes da pandemia Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de abril de 2021 às 09h15.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 17h24.

Quadro geral do dia:

  • Ibovespa avança 0,59% em 118.313 pontos
  • Dólar comercial cai 1,23% e fecha em 5,57 reais
  • EUA: Dow Jones sobe 0,17%, S&P 500 avança 0,42% e Nasdaq tem alta de 1,03%
  • Índice pan-europeu STOXX600 fecha em alta de 0,58%
  • Rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano recua 0,03 p.p., para 1,619%

O Ibovespa avançou 0,6% nesta quinta-feira, 8, seguindo o viés positivo dos mercados no exterior. Nos Estados Unidos, o S&P500 renovou máxima histórica puxado pelo rali das big techs. Entre os três principais índices acionários americanos, o Nasdaq teve a maior alta, perto de 1%. 

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No Brasil, investidores continuaram atentos às discussões sobre o Orçamento de 2021 e ao avanço da pandemia. Em jantar com empresários na noite de ontem em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido quando afirmou que não iria estourar o teto de gastos e também quando elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, de acordo com o jornal O Globo.

Empresários e banqueiros pediram celeridade na vacinação, enquanto número de mortes por Covid-19 coronavírus chegou a 3.829 na quarta-feira, com 92.625 novos casos confirmados, segundo dados do Ministério da Saúde.

“Comentários de Bolsonaro a respeito do teto de gastos e [a demonstração de] apoio a Guedes durante jantar com empresários favorecem o humor local. A melhora no ambiente interno com investidores buscando oportunidades em ativos atrasados ou depreciados na bolsa”, avalia Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Destaques de ações

Entre as maiores altas da Bolsa apareceram as ações de Embraer (EMBR3), com valorização de quase 9%, seguidas de perto pelos papéis do Magazine Luiza (MGLU3) que avançaram cerca de 8%.

Os papéis da Embraer subiram com investidores otimistas em relação à vacinação no mundo e repercutindo notícia de que a companhia negocia venda de aeronaves para a empresa indiana Trujet, que está em meio a um ambicioso plano de expansão de frota mundialmente.

"Essa surpresa na demanda em meio à pandemia é muito benéfica para a empresa. As encomendas naturalmente foram abaladas pela pandemia recentemente, então, essa expectativa de pedidos maior eleva a atratividade das ações da empresa", comenta o estrategista Gustavo Cruz, da RB Investimentos.

No caso do Magalu, o desempenho das ações refletiu a queda no rendimento dos títulos do governo americano, que impactam positivamente as empresas de crescimento, já que possuem um valor grande no longo prazo, comentam analistas da Ativa Investimentos. Além disso, a companhia anunciou a compra da Smarthint, empresa de tecnologia focada em soluções para compras online. 

Segundo a equipe de research do banco BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), a série de aquisições realizada pelo Magazine Luiza nos últimos meses “fortalece o ecossistema e o SuperApp da empresa, fundamentais para lidar com o mercado altamente competitivo de e-commerce”.

Na ponta negativa do índice, figuraram as ações da Multiplan (MULT3), Hapvida (HAPV3) e Petrobras (PETR3;PETR4), que representa quase 10% da carteira do Ibovespa e seguiu impactada por declarações recentes de Bolsonaro. 

Ontem à tarde o presidente afirmou que o aumento do preço do gás é "inadmissível". Em evento em Foz do Iguaçu, Bolsonaro disse que não vai interferir na Petrobras, mas que pode "mudar essa política de preços". O presidente defendeu que é preciso ter previsibilidade na estatal.

EUA: S&P 500 bate novo recorde

Nos Estados Unidos, o índice americano S&P500 atingiu uma nova máxima nesta quarta após fechar em um recorde na sessão anterior. O movimento reflete a expectativa de que as taxas de juros devem continuar próximas de zero nos EUA. A condição que favorece empresas dependentes de empréstimos, como é o caso das companhias de grande crescimento do setor tecnológico.

A manutenção da atual política monetária foi reforçada pelos dados semanais de seguro-desemprego que vieram pior do que o esperado. Foram 744 mil pedidos durante a semana encerrada em 3 de abril, enquanto a expectativa dos economistas eram de 694 mil pedidos.

O resultado reforça a sinalização do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de que o mercado de trabalho americano ainda não está plenamente recuperado apesar do avanço da vacinação e dos pacotes de estímulos.

Em ata divulgada ontem, o Fed reforçou que deve manter a política econômica de juros baixos e recompra de títulos “por algum tempo” enquanto a economia e o mercado de trabalho americano se recuperam.

Os investidores processaram uma leitura pior do que o esperado nas últimas reivindicações semanais de seguro-desemprego. Um total de 744.000 americanos entraram com o pedido de seguro-desemprego pela primeira vez durante a semana encerrada em 3 de abril, informou o Departamento do Trabalho na quinta-feira. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam que os pedidos iniciais totalizassem 694.000.

O otimismo global faz o dólar cair frente ao real, devolvendo a alta da véspera. Isso porque a manutenção da política econômica atual impulsiona a tomada de risco, o que beneficia países emergentes como o Brasil.

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