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Ibovespa sobe quase 2% na semana, mas dólar acumula queda

Com clima amenizado entre governo e Congresso, bolsa subiu 0,83% e moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,4%

Ibovespa: bolsa acumulou alta na semana (Nacho Doce/Reuters)

Ibovespa: bolsa acumulou alta na semana (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de abril de 2019 às 17h16.

Última atualização em 5 de abril de 2019 às 18h20.

A bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira, beneficiada pela visão otimista do mercado quando ao movimento de articulação da reforma da Previdência por parte do governo e viés benigno no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,83 por cento, a 97.108,17 pontos, de acordo com dados preliminares. Na semana, o índice acumulou alta de 1,78 por cento. O giro financeiro somou 12,19 bilhões de reais.

"O governo tem se mostrado empenhado em defender a reforma da aposentadoria e isso tem motivado os mercados", afirmou Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.

Nesta sexta-feira, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), defenderam a necessidade de uma reforma da Previdência e de o presidente Jair Bolsonaro tomar à frente no processo de comunicar a proposta e articular sua aprovação no Parlamento.

No mesmo evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, evitou especular quando a reforma será aprovada, mas disse não ser inteligente do ponto de vista político deixar a medida para o segundo semestre.

Bolsonaro afirmou que o governo espera que a proposta seja aprovada da forma que foi enviada pelo Executivo, mas que "com toda certeza" será modificada pelo Congresso Nacional.

O otimismo quanto às negociações comerciais entre EUA e China impulsionaram as principais praças no exterior, com Wall Street encerrando em alta, também ajudada por uma redução dos temores de uma desaceleração do crescimento global após dados fortes de emprego dos EUA.

Destaques

- COSAN ganhou 4,69 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, tendo de pano de fundo cenário de alta dos preços do combustível no país. A Petróleo Sabbá, da Raízen, uma joint venture da Shell e da Cosan, arrematou um lote em Miramar no leilão de áreas portuárias promovido pelo governo brasileiro no Pará.

- VIA VAREJO valorizou-se 3,42 por cento, após encerrar em seu menor valor de fechamento desde 9 de janeiro há cerca de uma semana.

- PETROBRAS PN subiu 1,09 por cento e PETROBRAS ON avançou 2,23 por cento, em meio a negociações para a venda da unidade de gasodutos TAG para um consórcio liderado pela francesa Engie por cerca de 9 bilhões de dólares.

- ELETROBRAS PNB recuou 0,87 por cento, apesar de noticiário apontar que o governo pretende apresentar ainda em 2019 um conjunto de medidas para modernizar a regulamentação do setor elétrico, após o Ministério de Minas e Energia ter anunciado nesta sexta-feira a criação de um grupo de trabalho sobre o tema.

- AZUL caiu 3,45 por cento, enquanto GOL perdeu 1,25 por cento, após nota técnica do Departamento de Estudos Econômicos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica apontar possíveis problemas concorrenciais em plano apresentado nesta semana pela Avianca Brasil, que está em recuperação judicial, para venda de seus ativos.

- VALE caiu 0,35 por cento ecoando notícias de que a mineradora aceitou, na 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias, em Belo Horizonte, que pagamentos emergenciais não serão descontados de indenizações individuais negociadas como compensação pelo desastre em Brumadinho (MG).

Dólar

O dólar fechou esta sexta-feira em alta moderada frente ao real, mas acumulou queda na semana, refletindo a melhora da percepção de risco relacionada à articulação do governo com o Congresso em torno da reforma da Previdência.

A moeda norte-americana avançou 0,40 por cento nesta sessão, a 3,873 reais na venda, com investidores recompondo posições buscando proteção antes do fim de semana.

"Essa compra defensiva é um movimento típico, porque nunca se sabe o que pode sair com o mercado fechado. Mas de forma geral o cenário melhorou", disse Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam.

Na B3, a referência do dólar futuro tinha alta de 0,52 por cento no fim da tarde desta sexta-feira, a 3,8790 reais.

Mas no acumulado da semana o dólar cedeu 1,08 por cento, depois de ter subido 0,34 por cento e 2,14 por cento nas duas semanas anteriores, respectivamente.

Parte desse movimento foi ditada pelos investidores estrangeiros, que entre segunda e quinta-feira venderam na B3, em termos líquidos, o equivalente a 2,662 bilhões de dólares na forma de contratos de dólar futuro, cupom cambial e swap cambial.

"Neste momento, primordialmente, foi considerado politicamente promissor o Presidente da República, Jair Bolsonaro, ter recebido líderes partidários, com declarações de posicionamentos de possíveis apoios de partidos políticos em favor da reforma", disse a BB Investimentos em nota a clientes.

Reunidos nesta sexta-feira em evento em Campos do Jordão (SP), os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), defenderam a necessidade de uma reforma da Previdência e de Bolsonaro tomar à frente no processo de comunicar a proposta e articular sua aprovação no Parlamento.

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