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Ibovespa sobe 2% e dólar cai com eleição nos EUA; Itaú salta 4%

Aprovação da autonomia do Banco Central no Senado anima investidores locais

Bolsa: mercado segue atento à contagem de votos de eleições americanas (Amanda Perobelli/Reuters/Reuters)

Bolsa: mercado segue atento à contagem de votos de eleições americanas (Amanda Perobelli/Reuters/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 10h06.

Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 18h38.

O Ibovespa fechou em alta de 1,97% nesta quarta-feira, 4, indo para 97.868 pontos, no segundo dia seguido de ganhos, acompanhando o bom humor externo e puxado pela valorização de 3,99% das ações do Itaú (ITUB4), que figuraram entre as maiores contribuições positivas em pontos para o índice hoje. O dólar comercial, por sua vez, caiu 1,89%, voltando para a casa dos 5,653 reais na venda, enquanto os contratos futuros da moeda encerraram em baixa de 1,83%, cotados em 5,661 reais.  

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Nos Estados Unidos, os principais índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com ganhos de 1,34%, 2,20% e 3,85%, respectivamente, com investidores de olho na contagem dos votos das eleições americanas. O mercado avalia que o resultado apertado da eleição, que até agora mostra-se mais favorável ao democrata Joe Biden, e um Congresso dividido, com os republicanos seguindo no Senado, possa ser uma boa solução.

Segundo Marcelo Giufrida, sócio e CEO da Garde Asset, Biden, por ser um candidato menos voltado a atritos, Biden é bem apreciado pelo mercado financeiro, enquanto um Senado ainda republicano poderia criar barreiras para um aumento de impostos. “A alta dos mercados hoje mostra essa melhora na percepção de risco”, disse, embora lembre que a situação ainda inspira cautela, uma vez que o presidente Donald Trump pode tentar judicializar o processo. 

Sobre a forte alta do índice Nasdaq hoje, de quase 4%, Gustavo Bertotti, economista da Messem, disse que a possibilidade cada vez mais próxima de o Senado americano permanecer com maioria republicana ajuda a impulsionar os papéis de tecnologia, presentes no índice. “Isso deve levar a menos intervenção e regulamentação dentro do setor.”

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Em pontos, as ações da B3 (B3SA3), Itaú (ITUB4), que repercutiu balanço do terceiro trimestre e anúncio de que estuda cisão de investimento na XP, e Weg (WEGE3) foram as principais contribuições para a alta do índice brasileiro hoje. Na ponta oposta, apareceram Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), que figurou entre as maiores altas ontem, e Suzano (SUZB3). 

Já em variação, as maiores altas ficaram com Cyrela (CYRE3), Lojas Renner (LREN3) e B2W (BTOW3), com ganhos acima de 6%, enquanto, entre as quedas, figuraram CSN (CSNA3), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Gerdau (GGBR4), com perdas entre 4,24% e 3,75%. 

No cenário local, vale menção ainda que parte do otimismo se deve à aprovação da independência do Banco Central no Senado. O texto seguirá para a Câmara, onde pode ir à votação somente em 2021. O projeto, que visa blindar a instituição de interferência política, prevê que mandatos de quatro anos para os diretores do Banco Central, que serão descasados com o mandato presidencial.

“Isso vai impedir que o presidente da República derrube os juros na marra, como foi feito anteriormente e ocasionou alta da inflação”, diz Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset. Segundo ele, a medida também deve ser favorável à atração de investimentos. “Muitos fundos não investem em países que o presidente manda na política monetária.”

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