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Ibovespa sobe pelo 3º dia com Vale e Petrobras; dólar avança para R$ 5,76

Nos EUA, Dow Jones sobe e renova recorde de fechamento, apesar preocupações com colapso de hedge fund; S&P 500 e Nasdaq fecham no negativo

Painel de cotações da B3  (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 29 de março de 2021 às 09h15.

Última atualização em 29 de março de 2021 às 18h39.

Quadro geral do dia:

  • Ibovespa sobe 0,56%, aos 115.419 pontos
  • Dólar comercial avança 0,43% e é cotado em 5,76 reais
  • EUA: Dow Jones sobe 0,30%, S&P 500 tem queda de 0,09% e Nasdaq recua 0,60%
  • Europa: STOXX600 fechou em alta de 0,16%

Em sessão volátil, o Ibovespa avançou 0,6% nesta segunda-feira, 29, na sua terceira sessão seguida de ganhos, puxado pelas ações de peso de commodities. A alta do minério de ferro impulsionou os papéis da Vale (VALE3), que subiram 2,6%, enquanto os da Petrobras (PETR3; PETR4) seguiram o dia positivo do petróleo no exterior. Por aqui, investidores acompanharam atentos ainda o Orçamento "fictício" para 2021 aprovado pelo Congresso na última semana. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o relator Marcio Bittar está sendo cobrado a corrigir os excessos de emendas no projeto. 

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“O governo flerta com a quebra do teto de gastos, é um crime de responsabilidade fiscal como foi o caso que motivou a queda da Dilma. O mercado vem dando um recado para que o governo faça os devidos ajustes”, afirma Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,43%, em 5,76 reais, depois de ter atingido ultrapassado o patamar de 5,80 reais na máxima do dia. No início da tarde, contudo, chegou a cair em meio à notícia sobre possíveis mudanças em excessos no Orçamento.

Ainda em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira. A informação foi repassada pelo próprio chanceler a seus subordinados. A remoção do chanceler representa uma vitória do Centrão, que vinha pressionando o Palácio do Planalto nesse sentido. Além dele, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informou, em nota nesta tarde, que vai deixar o cargo.

Destaques de ações

Em variação, as ações do Pão de Açúcar (PCAR3), Minerva (BEEF3) e Taesa (TAE11) lideraram os ganhos do índice, com valorizações de 7,10%, 6,51% e 6,37%, respectivamente.

Sobre Pão de Açúcar, Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual digital, comenta que os papéis estavam muito descontados em Bolsa e, somado com a liberação do auxílio emergencial a partir de abril, que favorece mercadistas, contribui para a alta hoje.

Já os frigoríficos ganham com boas perspectivas para o setor e alta do dólar, que beneficia companhias exportadoras. No radar, a consultoria alemã Roland Berger divulgou um estudo apontando que existe grande espaço para frigoríficos avançarem na China. A estimativa é que o consumo de carnes no país cresça 2,2% ao ano até 2025. "As principais marcas brasileiras estão antenadas nessa tendência e tem reforçado sua estrutura no país para capturar boa parte dessa demanda que surge", comentou o estrategista Gustavo Cruz, da RB Investimentos.

Em relação à Taesa, os papéis avançam após a Cemig (CMIG4) informar que avalia a venda de sua participação de 21,7% na transmissora de energia elétrica. Analistas da Ativa Investimentos comentam que essa saída pode trazer maior liquidez para os papéis, e uma possibilidade de efeito cascata, com a Alupar (ALUP11) podendo exercer seu direito de compra em Taesa no consórcio Transmissoras Brasileira de Energia (TBE). A Cemig registra alta da 3,06%. A companhia também reportou resultado, apresentando lucro líquido de 1,3 bilhão de reais no quarto trimestre, 136% acima do registrado no mesmo período de 2019.

Do outro lado, os papéis da Eztec (EZTC3) puxaram as perdas, com desvalorização de 3,04%, seguidos por Santander (SANB11), com queda de 3,05%, e SulAmérica (SULA11), com recuo de 2,81%. Analistas da Ativa comentam que os papéis de Eztec assim como outros do setor de construção civil sofreram hoje por conta da continuação da abertura na curva de juros, que prejudica as vendas das imobiliárias.

O Santander caiu em meio a uma desconfiança global em relação a bancos após o Credit Suisse alertar que deverá sofrer um impacto "altamente significativo" no balanço do segundo trimestre, depois que um hedge fund dos Estados Unidos falhar no pagamento de chamadas de margem feitas pelo banco suíço.

Cenário internacional

As revelações de que o fundo hedge Archegos Capita está por trás de uma onda de 20 bilhões de dólares em liquidações na última sexta-feira, 26, trouxe um instabilidade no mercado internacional hoje.  

O movimento pode gerar perdas significativas para os bancos com posições no fundo de hedge. Dois deles, o Credit Suisse e o japonês Nomura, despencaram mais de 14% nas Bolsas de Zurique e do Japão, respectivamente, após informarem possíveis “altas perdas” causadas pelo fundo. 

“Apesar do tumulto, o evento parece ser pontual e isolado, sem grandes implicações para o quadro geral dos mercados, onde a melhora das expectativas com o crescimento econômico têm sustentado um bom desempenho”, afirmam em nota os analistas da Guide Investimentos.

Em Wall Street, o Dow Jones avançou 0,3%, renovando recorde de fechamento, apesar das preocupações com os bancos. Já o S&P 500 fechou com leve queda de 0,09%, enquanto o Nasdaq recuou 0,6%, sentindo a alta do rendimento dos títulos do governo americano com vencimento em 10 anos.

 

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