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Ibovespa sobe com construtoras e zera perdas na semana

O Ibovespa fechou em alta de 0,74 por cento, a 54.463 reais

As ações de construtoras puxaram o Ibovespa para cima, com PDG Realty subindo 5,57 por cento, a 3,60 reais (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

As ações de construtoras puxaram o Ibovespa para cima, com PDG Realty subindo 5,57 por cento, a 3,60 reais (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 21h47.

São Paulo - A Bovespa encerrou a sexta-feira em alta, com seu principal índice praticamente zerando as perdas que acumulava na semana, com as ações do setor de construção liderando o movimento de correção técnica na bolsa paulista.

O Ibovespa fechou em alta de 0,74 por cento, a 54.463 reais. O giro financeiro da sessão foi de 5,59 bilhões de reais. Na semana, o índice acumula variação negativa de 0,09 por cento. No mês, a queda acumulada é de 11,9 por cento.

"Vemos mais um dia de correção técnica, com noticiário fraco no exterior permitindo aos investidores ajustarem posições", disse Luiz Roberto Monteiro, operador na corretora Renascença.

As ações de construtoras puxaram o Ibovespa para cima, com PDG Realty subindo 5,57 por cento, a 3,60 reais, e Cyrela avançando 4,95 por cento, a 14,85 reais. Brookfield teve a maior alta do índice, subindo 9,46 por cento, a 4,05 reais.

O setor é um dos que mais sofre no ano, com queda acumulada de 37,2 por cento para PDG Realty e de 15,09 por cento para Brookfield.

Os dados de confiança do consumidor nos Estados Unidos, divulgados pela manhã, deram certo ânimo para a bolsa brasileira, segundo operadores. Pesquisa da Thomson Reuters/Universidade de Michigan mostrou que o índice atingiu o maior nível em mais de quatro anos em maio.

O avanço do Ibovespa não foi maior devido à queda das blue chips. A ação preferencial da Vale caiu 1,62 por cento, a 35,73 reais, e a da Petrobras recuou 0,32 por cento, a 18,64 reais. OGX ficou praticamente estável, a 11,10 reais, uma variação negativa de 0,09 por cento.

A medida do Conselho Monetário Nacional divulgada na véspera, autorizando o banco estatal de fomento BNDES a fazer empréstimos para a Vale acima dos 25 por cento do patrimônio de referência do banco, repercutiu no mercado.

"Vale sofreu hoje, acompanhando outras empresas do setor no mundo, mas também com a perspectiva de mega empréstimos do BNDES lançando preocupação sobre o endividamento da companhia e receio de maior interferência política", disse Monteiro.

Nesta sexta-feira, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que o banco não fará "megainvestimento na Vale", pois segundo ele, a empresa não precisa.

Em Wall Street, o Dow Jones fechou em queda de 0,6 por cento. Mais cedo, o principal índice dos mercados acionários europeus subiu 0,24 por cento.

Dentre as notícias que preocuparam investidores, a Catalunha, região autônoma mais próspera da Espanha, disse nesta sexta-feira que precisa de ajuda financeira do governo central, pois está ficando sem opções para refinanciar sua dívida neste ano.

Além disso, o vice-primeiro-ministro belga, Didier Reynders, afirmou que os bancos centrais e as empresas estariam cometendo um grave erro se não se estiverem se preparando para uma saída da Grécia da zona do euro.

"Vamos continuar a ter alta volatilidade no mercado para as próximas semanas, com o pessoal deixando de olhar os fundamentos e operando mais em cima de notícias, o que cria também oportunidades de compra", disse Bruno Gonçalves, analista na Alpes/Wintrade corretora.

Na agenda doméstica para a próxima semana, os destaques são os dados de produção industrial, que será divulgado na quinta-feira, e o PIB do país no primeiro trimestre, que será conhecido na sexta-feira.

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