B3: localmente, investidores ainda não abandonaram a cautela (Germano Lüders/Site Exame)
Reuters
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 11h43.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista operava no azul nesta quarta-feira, ganhando respaldo do quadro mais positivo no exterior, após o avanço da reforma tributária nos Estados Unidos, na véspera.
Às 11:33, o Ibovespa subia 0,72 por cento, a 73.206 pontos. O giro financeiro era de 933 milhões de reais.
A proposta de reforma tributária nos EUA foi aprovada na terça-feira pela Câmara dos Deputados, mas a medida terá de ser votada novamente após mudanças ao projeto feitas no Senado. No entanto, a visão de analistas é que a nova votação na Câmara, de maioria republicana, será rápida, abrindo espaço para sanção presidencial.
Apesar do tom mais positivo do mercado até o momento, operadores não descartam volatilidade aos negócios, devido à liquidez reduzida com a proximidade das festas de fim de ano e também com preocupações em relação à situação fiscal e política do Brasil.
Localmente, investidores ainda não abandonaram a cautela, diante de receios de um novo rebaixamento do rating do Brasil pelas agências de classificação de risco, após o adiamento da votação da reforma da Previdência para o próximo ano e com a suspensão liminar de medida que adiava reajuste de servidores federais e fixava alíquota de contribuição social progressiva para os servidores.
Por outro lado, a liberação de depósito compulsório pelo Banco Central é vista como uma medida com algum efeito positivo para a economia, ao permitir que os bancos reduzam em 6,5 bilhões de reais os compulsórios.
"De forma resumida, podemos dizer: é mais uma ação tida como expansionista, que contribui para a retomada econômica", escreveram os analistas da corretora Guide Investimentos, em nota a clientes.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,4 por cento, BRADESCO PN ganhava 0,6 por cento, SANTANDER UNIT tinha alta de 0,8 por cento e BANCO DO BRASIL ON tinha valorização de 0,9 por cento, em dia positivo para o setor bancário, após o Banco Central reduzir o depósito compulsório, o que deve tem potencial para elevar as receitas dos bancos.
- PETROBRAS PN subia 0,5 por cento e PETROBRAS ON tinha alta de 0,7 por cento, em dia também benigno para os preços do petróleo no mercado internacional.
- VALE ON avançava 1,3 por cento, na contramão dos contratos futuros do minério de ferro na China, que fecharam com queda de 0,8 por cento na Bolsa de Dalian.
- EDP BRASIL ON caía 1,7 por cento, liderando a ponta negativa do Ibovespa, após a empresa acertar a compra de participação na Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) por 230 milhões de reais. Os papéis da Celesc, que não fazem parte do índice, avançavam 13,2 por cento. Segundo a equipe do BTG Pactual, a operação, embora barata para a EDP, envolve muito risco, pois é muito dependente de uma eventual privatização.
- OI ON subia 6,6 por cento e OI PN disparava 11,6 por cento, após aprovação do plano de recuperação judicial em assembleia de credores, nesta madrugada. Para os analistas do Bradesco BBI, o plano aprovado deve diluir os acionistas menos do que o esperado anteriormente. Os papéis não fazem parte do Ibovespa.