B3: volume financeiro do pregão somava 1,6 bilhão de reais (Germano Lüders/Site Exame)
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 11h50.
São Paulo - O principal índice de ações da B3 renovava máxima recorde intradia nesta quarta-feira, acima dos 82 mil pontos pela primeira vez, beneficiado pelo fluxo de estrangeiros e cenário externo, com o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Porto Alegre centralizando as atenções.
Às 11:02, o Ibovespa subia 2,27 por cento, a 82.507,82 pontos, com praticamente todas as ações em alta e na máxima histórica intradia. O volume financeiro do pregão somava 1,6 bilhão de reais.
Na capital gaúcha, teve início o julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de recurso da defesa de Lula contra a sentença de 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá (SP).
O julgamento deve se estender ao longo do dia e a decisão é acompanhada de perto por agentes financeiros pois deve influenciar as apostas do mercado sobre o papel de Lula na eleição presidencial este ano.
Em nota a clientes, a XP Investimentos afirmou que as primeiras evidências do julgamento apoiam a previsão da casa de uma decisão unânime de condenação do ex-presidente.
No exterior, a alta dos futuros acionários em Wall Street e a fraqueza externa do dólar abriam espaço para o mercado acionário brasileiro voltar a se aproxima de máximas históricas, que tem sido apoiadas no fluxo estrangeiro que tem se movido para economias emergentes em geral.
Dados até dia 19 de janeiro, mostravam saldo positivo de estrangeiros na Bovespa neste ano de 5,56 bilhões de reais.
- BRADESCO PN subia 3,3 por cento e era um dos principais suportes para os ganhos do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL avançando 4,3 por cento e também se destacando na ponta positiva. ITAÚ UNIBANCO PN valorizava-se 2,4 por cento e SANTANDER UNIT subia 1,8 por cento.
- VALE avançava 2,8 por cento, recuperando-se da perda da véspera, beneficiada pela melhora no preço do minério de ferro à vista na China <.IO62-CNO=MB>. Os futuros da commodity, contudo, seguiram recuando nesta sessão.
- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON subiam 4,9 e 4,25 por cento, respectivamente, também voltando de ajuste de baixa na terça-feira, com o processo de privatização da companhia ainda no radar. Também a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu temporariamente cobrança que determinava à Eletrobras a devolução em até 90 dias de 2,9 bilhões de reais ao fundo setorial Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançavam 2,7 e 3 por cento, respectivamente, também contaminadas pelo quadro benigno no pregão como um todo, e descolando do viés indefinido dos preços do petróleo no exterior .
- FIBRIA caía 0,6 por cento, única queda do Ibovespa, após forte alta acumulada nos últimos pregões dadas as perspectivas favoráveis para a empresa e preços da celulose. No mês, contudo, a ação da companhia ainda sobe cerca de 14 por cento. O dólar fraco ante o real endossava a correção de baixa.