Bovespa: o Ibovespa subiu 2,41%, a 63.953 pontos, maior patamar de fechamento desde 8 de novembro do ano passado (Nacho Doce/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 19h01.
São Paulo - O principal índice da Bovespa encerrou em forte alta e elevado giro financeiro nesta quinta-feira, com compras generalizadas após o Banco Central anunciar corte mais acentuado na taxa básica de juro, o que, segundo operadores, deve beneficiar as empresas endividadas e incentivar o consumo.
O Ibovespa subiu 2,41 por cento, a 63.953 pontos, maior patamar de fechamento desde 8 de novembro do ano passado. Na máxima da sessão, avançou 3,04 por cento, superando os 64 mil pontos.
O giro financeiro totalizou 10,8 bilhões de reais, bem acima do volume médio diário de 5,8 bilhões de reais em 2017 até a véspera.
O índice atingiu a máxima do ano poucos minutos depois da abertura, mas não conseguiu se sustentar acima dos 64 mil pontos.
"Após o volume da abertura e aquela puxada inicial, o mercado ficou meio de lado, patinando", afirmou o economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira.
Após dois cortes de 0,25 ponto percentual, um em outubro e outro em novembro, o Copom acelerou na véspera o ritmo de ajuste da Selic, reduzindo em 0,75 ponto percentual a taxa de juro, para 13 por cento ao ano.
A decisão surpreendeu participantes do mercado que previam um corte menos acentuado, de 0,5 ponto percentual. Minutos após o comunicado, Bradesco e Banco do Brasil anunciaram redução das taxas para clientes.
Vieira observa que, além de incentivar o consumo, a queda do juro ainda favorece os esforços das empresas de reduzir o endividamento e, por isso, reflete positivamente em quase todos os setores. "Até os papéis defensivos, como as elétricas, estão subindo", disse.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 2,54 por cento, dando sustentação ao Ibovespa, dado o seu peso na composição do índice. BRADESCO PNganhou 2,35 por cento e BB ONsubiu 2,53 por cento. SANTANDER BRASIL UNIT avançou 5,02 por cento.
- CEMIG PN disparou 12,06 por cento, liderando as altas do Ibovespa, beneficiada pela decisão do Copom, assim como Eletrobras ON, uma vez que são papéis com dívida bastante exposta ao comportamento dos juros.
- BR MALLS ON saltou 8,51 por cento, uma vez que também figura entre as principais beneficiadas pela queda da Selic. Segundo operadores, a administradora de shopping centers ainda reagiu às mudanças no conselho de administração. Na véspera, a empresa comunicou a renúncia de Carlos Medeiros Silva Neto ao cargo de conselheiro para se dedicar exclusivamente à posição de diretor presidente, o que foi considerado "positivo" pela equipe de análise do Bradesco BBI do ponto de vista da governança corporativa.
- VALE PNA teve ganho de 2,12 por cento, enquanto VALE ONsubiu 3,23 por cento, acompanhando os preços do minério de ferro, que subiram pelo quarto dia consecutivo na China. O setor de siderurgia pegou carona no movimento, ajudado ainda por expectativa de que a redução da Selic deve beneficiar empresas alavancadas como a CSN ON , que subiu 4,47 por cento. USIMINAS PNA avançou 2,48 por cento e GERDAU PN 1,59 por cento.
- PETROBRAS PN termimou em alta de 1,53 por cento e PETROBRAS ONganhou 1,66 por cento, tendo no radar o impacto positivo do corte de juro sobre o endividamento da estatal, a firmeza das cotações do petróleo no mercado internacional e a notícia de que a petroleira atingiu a meta de produção pelo segundo ano consecutivo.
- FIBRIA ON recuou 1,26 por cento, entre as poucas quedas do Ibovespa, acompanhando outras exportadoras em meio à queda do dólar ante o real. A ação, porém, encerrou longe da mínima após anúncio de novo aumento de 30 dólares no valor da tonelada vendida para América do Norte, Europa e Ásia a partir de 1º de fevereiro. "Tudo indica que vem mais aumento de preços nas próximas semanas", comentou o analista Leonardo Correa, do BTG Pactual, em nota a clientes.