Após mercado tomar susto nos pregões de segunda e terça-feira, Ibovespa voltou a subir e teve alta semanal de 1,25% (Amanda Perobelli/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 11 de outubro de 2019 às 18h21.
Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 19h11.
As quedas nos primeiros dias da semana assustaram o mercado. Na segunda-feira (7), o Ibovespa caiu quase 2% e chegou a fechar abaixo dos 100 mil pontos na terça (8), o que fez soar o alarme em casas de investimentos. Com base em análises gráficas, algumas gestoras chegaram a alertar para baixas ainda mais abruptas.
Mas, aos poucos, o pessimismo foi se diluindo com a possibilidade de um acordo comercial entre China e Estados Unidos. O sinal que o mercado esperava para entrar em alta novamente, porém, só veio na quinta-feira (10), com a fala do presidente Donald Trump sobre as negociações comerciais, que ele as classificou como “muito boas”.
A reação veio em seguida, nos mercados asiáticos e, em Hong Kong, Xangai e Tóquio, as bolsas subiram 2,34%, 0,88% e 1,15%, respectivamente. Na Europa, o índice pan-europeu Euro Stoxx 50 avançou 2,04%.
No Brasil, os investidores foram às compras logo cedo e, em menos de dez minutos de pregão, o Ibovespa já subia 0,97%. O otimismo continuou ao longo do dia, e a Bolsa fechou em alta de 1,98%, saltando para 103.831,92 pontos. Com o resultado, o índice alcançou valorização de 1,25% na semana.
Parte do movimento de recuperação do Ibovespa se deu devido às ações da Vale. Com grande participação na carteira do índice, os papeis da mineradora se valorizaram 2,96% na sexta-feira e 4,4% na semana. Com o minério de ferro mais caro, as ações de outras empresas do setor também apresentaram altas expressivas nesta sexta, como foi o caso da CSN, Usiminas e Gerdau, que subiram, respectivamente, 1,76%, 1,21%, e 1,74%.
O preço do minério de ferro mais alto passa pela expectativa de enfraquecimento das tensões comerciais, segundo o analista da Guide Investimentos Rafael Passos. “A melhora da relação entre China e Estados Unidos dá um fôlego maior para as commodities”, afirmou.
Com as negociações sino-americanas no radar e um ataque a um navio petroleiro do Irã na noite de quinta, o petróleo se apreciou mais de 2% nesta sexta-feira. Na esteira desses acontecimentos, as ações preferenciais da Petrobras subiram 1,94% e as ordinárias, 1,48%.
Quem liderou as altas do Ibovespa na sessão desta sexta foram as ações da B2W, que avançaram 7,94% após o banco Itaú BBA elevar o preço alvo do ativo para 57 reais. O papel fechou o dia valendo 53 reais. Já as ações das Lojas Americanas se apreciaram 4,57%.
O Itaú BBA também elevou o preço alvo das ações a Magazine Luiza, que subiram 4,01% no pregão de hoje. A expectativa do banco é que o ativo chegue até 46 reais até o fim de 2020. Com a recente valorização, o ativo passou a valer 40,5 reais.
Em sessão marcada por fortes altas, as ações das empresas de infraestrutura Ecorodovias se valorizaram 5% e as da CCR, 4,52%. “O mercado está comprado hoje, então essas concessionárias acabam entrando no pacote Brasil, assim como os bancos”.
Praticamente todo o bloco das instituições financeiras listadas na bolsa fecharam o dia no azul. Na semana, as ações do BTG tiveram recuperação de 5,91%, após perdas de 11,16% na última semana.
Entre as companhias que integram o Ibovespa, somente a Eletrobras fechou o dia em queda. Desde as declarações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sobre as dificuldades de privatizá-la, a companhia vem tendo fortes perdas na Bolsa. Nesta semana, a queda acumulada foi de 10,42%.
Fora da carteira do índice, a recém-chegada ação VIVA3, da joalheria Vivara, recuou 1,58% e caiu para abaixo dos 24 reais, valor em que ela inicialmente foi precificada. Na quinta-feira, dia em que a empresa fez o IPO, a ação chegou a subir 3%, mas logo começou a cair e fechou a 24,11 reais.