Mercados

Ibovespa se descola do exterior e fecha em baixa de 0,62%

O sentimento de cautela persistiu, com as atenções se voltando para a possibilidade de Janot apresentar nos próximos dias nova denúncia contra Temer

B3: "O mercado descolou do resto do mundo", comentou economista (Arthur Nobre/Divulgação)

B3: "O mercado descolou do resto do mundo", comentou economista (Arthur Nobre/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 18h23.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou no vermelho nesta quarta-feira, na contramão dos mercados externos, após dados melhores que o esperado nos Estados Unidos, conforme os investidores aproveitaram a persistente cautela no cenário político brasileiro para embolsar parte dos lucros recentes.

O Ibovespa caiu 0,62 por cento, a 70.886 pontos. Em agosto, contudo, o indicador acumula alta de 7,5 por cento. O giro financeiro nesta sessão somou 7,32 bilhões de reais.

O índice chegou a rondar a estabilidade no começo do pregão, mas logo passou para o território negativo.

Operadores explicam que os dados mais fortes de criação de vagas no setor privado e o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA reforçaram a expectativa de alta do juro norte-americano, o que pode incentivar os investidores a drenar recursos de mercados emergentes.

No front doméstico, o sentimento de cautela persistiu, com as atenções se voltando para a possibilidade de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar nos próximos dias uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

Nesta quarta-feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido da defesa de Temer para afastar Janot de atuar em investigação contra o presidente por supostamente ter uma atuação parcial.

"O mercado descolou do resto do mundo. Tinha muita gente falando de (nova) denúncia contra o Temer, mas é realização de lucros", comentou Hersz Ferman, economista da Elite Corretora.

Destaques

- QUALICORP ON perdeu 4,41 por cento. Foi o pior desempenho do Ibovespa em meio a temores com possíveis mudanças regulatórias no setor, após a informação de que o Partido Social Liberal questionou a constitucionalidade de decisões da agência reguladora de planos de saúde, a ANS. Em nota, a Qualicorp considerou a ação aberta pelo PSL "verdadeira aventura, sem fundamento jurídico" e destacou que não há "previsibilidade de julgamento em curto prazo".

- PETROBRAS ON caiu 2,94 por cento, e PETROBRAS PN recuou 2,89 por cento, acompanhando a queda dos preços internacionais do petróleo.

- BRADESCO PN cedeu 1 por cento, e ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 0,54 por cento, pressionadas por embolsos de lucros após altas recentes.

- ESTÁCIO ON subiu 3,87 por cento, ocupando o topo das altas do índice, puxadas por um movimento de compras antes de assembleia geral de acionistas na quinta-feira em que se votará uma reforma no estatuto da empresa.

- OI ON subiu 3,92 por cento, por expectativas de possíveis avanços no processo de recuperação judicial. Na véspera, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu incluir no processo dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e autorizar a empresa a seguir com o acordo com credores iniciado em junho.

Acompanhe tudo sobre:B3Ibovespa

Mais de Mercados

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida