São Paulo – Em uma semana afetada pelas preocupações com a economia irlandesa e com as medidas de aperto monetário na China, o Ibovespa – principal índice de ações da BM&FBovespa – andou de lado no período e subiu apenas 0,75% na semana, alcançando os 70.898 pontos. O mercado também acompanhou a confirmação de Guido Mantega no ministério da Fazenda. O destino de Henrique Meirelles, atual presidente do BC, ainda não está clara.
A bolsa chegou a ensaiar uma recuperação no pregão de ontem quando subiu 1,5%, mas sucumbiu hoje aos temores de que a China desacelere mais do que o esperado após a quinta elevação da taxa do compulsório dos banco neste ano. O compulsório é a parcela dos recursos à vista que os bancos precisam deixar retidos como depósitos no Banco Central. A medida foi tomada como uma arma para conter o aumento dos preços e as expectativas de inflação no país.
Em alta
As ações da MRV Engenharia (MRVE3) encerraram a semana com maior alta do índice. Os papéis da empresa de construção civil subiram 8,49%, encerrando a sexta-feira cotados a 17,25 reais. O desempenho da empresa foi motivado no período pelo
resultado acima do esperado visto no terceiro trimestre do ano. O lucro líquido da empresa saltou 110,6% no período, em relação ao mesmo período do ano. Em reais, o valor atingiu 216 milhões - o maior já registrado pela companhia.
“A MRV conseguiu demonstrar números acima das expectativas de mercado, com destaque para a forte aceleração de receita decorrente, principalmente, de aceleração de obras no período e aumento significativo de margens para patamares impressionantes, embora talvez não seja sustentável”, explica Armando Halfeld, analista da Ativa Corretora, em relatório. O desempenho foi impulsionado pelos ganhos operacionais, como um ebitda 114,6% maior no período, e pelos resultados financeiros líquidos. A margem líquida da companhia avançou 1,7 ponto percentual, para 24,5%.
Ponta negativa
Os papéis do frigorífico Marfrig (MRFG3) ocuparam nesta semana o posto de maior desvalorização do Ibovespa. As ações da empresa recuaram 7,04%, encerrando o período cotadas a 13,46 reais. O desempenho desfavorável veio depois de resultados que decepcionaram o mercado. A empresa revelou um prejuízo líquido de 30,1 milhões de reais no terceiro trimestre, ante lucro de 200,5 milhões de reais em igual período do ano passado.
Após avaliar os resultados apresentados pela empresa, o Santander
rebaixou a recomendação para as ações da companhia de compra para manutenção. O preço-alvo para o final de 2011 foi fixado em 16 reais, ante os 25 reais por ação projetados para o final deste ano. “Além disso, o fluxo de caixa deve ser negativo pelos próximo três anos. Este fato, aliado às pressões da alta dos grãos, fará com que a empresa opere com uma alavancagem superior a 3 vezes até o final de 2013”, finaliza Miranda.