Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de dezembro de 2021 às 18h35.
Última atualização em 30 de dezembro de 2021 às 19h56.
Pela primeira vez desde 2015, o Ibovespa encerrou o ano com desvalorização. Apesar da alta de 0,69% nesta quinta-feira, dia 30 de dezembro, o principal índice de ações da bolsa brasileira fechou 2021 com queda de 11,93%.
Foi um ano difícil desde janeiro para o investidor na bolsa brasileira, mas cuja tendência de queda se acentuou no segundo semestre, com o elevado grau de incertezas fiscais por parte do governo de Jair Bolsonaro, piora das perspectivas econômicas, disparada da inflação e consequente alta das taxas de juros de curto e longo prazo.
O Ibovespa encerra o ano com o pior desempenho entre as principais bolsas do mundo, de países desenvolvidos e emergentes. Nos Estados Unidos, os índices de ações deram continuidade ao longo deste ano ao rali iniciado ainda em março de 2020, no começo da pandemia. O S&P 500, chegou a renovar sua máxima histórica durante a sessão nesta quinta, mas fechou em leve queda de 0,27%. No ano, porém, o principal índice americano sobe 27,23%.
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Ibovespa: +0,69%, 104.822,44 pontos
Dólar: -2,11%, 5,5735 reais
Em pregão marcado pela recuperação de alguns dos ativos que mais caíram no semestre, como Méliuz (CASH3) e Magazine Luiza (MGLU3), o Ibovespa chegou a operar acima de 105.000 pontos ainda pela manhã, mas perdeu força já no fim do dia.
Já no mercado de câmbio, o real apresentou uma sólida recuperação, com o dólar encerrando em queda de mais de 2%. O movimento, no entanto, foi insuficiente para anular o ganho anual da moeda americana, que fechou 2021 em alta de 7,36%. Este foi o quinto ano consecutivo de desvalorização do real frente ao dólar.
Méliuz (CASH3): +7,64%
SulAmérica (SULA11): +6,84%
Magazine Luiza (MGLU3): +6,81%
Méliuz, SulAmérica (SULA11), Magalu e Cielo (CIEL3) lideraram as altas do Ibovespa nesta quinta. Entre as ações com maior peso no índice, o destaque ficou com as ações da Vale (VALE3), que chegaram a subir mais de 2% no intradia.
Na outra ponta, os bancos exerceram pressão negativa, com Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) caindo mais de 1%. A maior queda ficou com a Marfrig (MRFG3), que, no entanto, fechou o ano com valorização de mais de 50%.
Vale (VALE3): +0,92%
Itaú (ITUB4): 1,64%
Marfrig (MRFG3): -3,71%
Sem o peso dos principais bancos do país, o Índice Small Caps subiu quase 2%, com destaques para as ações da Alliar (AALR3), da Oceanpact (OPCT3) e da Romi (ROMI3). Por outro lado, a Lopes (LPSB3), que havia subido mais de 9% no início da semana, despencou mais de 7% nesta quinta-feira.
No radar dos investidores ao longo do dia estiveram os dados de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que saíram levemente melhores do que se previa, com 198.000 pedidos registrados na última semana, ante expectativa de 208.000 pedidos. Foi mais um sinal da força da retomada da maior economia do mundo.
No Brasil, as atenções ficaram com os dados da relação dívida líquida/PIB em novembro: essa relação ficou em 57%, abaixo dos 57,8% esperados. O superávit primário do setor público consolidado também saiu melhor do que as estimativas: ficou em 15,034 bilhões de reais, muito acima do consenso de mercado, de 4,775 bilhões de reais.