Visitantes observam preços de ações: o mercado brasileiro segue na expectativa de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério no governo (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2016 às 10h53.
São Paulo - O tom negativo prevalecia na Bovespa nesta quarta-feira, com incertezas na esfera política novamente pressionando as ações brasileiras, enquanto investidores aguardam por decisão de política momentária nos Estados Unidos, principalmente o discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen.
Às 10h27, o Ibovespa tinha desvalorização de 0,9%, a 46.701 pontos, engatando a terceira sessão consecutiva de perdas. O volume financeiro no pregão era de 408 milhões de reais.
O mercado brasileiro segue na expectativas se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff e potenciais desdobramentos para a cena política e econômica, mas também repercute ruídos envolvendo o titular do Banco Central, Alexandre Tombini.
Dilma Rousseff estava reunida nesta manhã com o ex-presidente Lula e os ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Jaques Wagner, em meio a incertezas se Lula assumirá ou não um ministério.
De acordo com o jornal Valor Econômico, Tombini tem dado sinais de que pedirá para deixar o cargo na movimentação ministerial que está sendo desenhada para adequar o governo a um novo perfil.
Na visão da equipe da Guide Investimentos, os mercados locais devem continuar reagindo de forma negativa à possibilidade de guinada na condução da política econômica, principalmente com a entrada do ex-presidente Lula no governo, caso este venha a se tornar ministro.
No exterior, o banco central dos Estados Unidos deve deixar inalterada a taxa de juros nesta quarta-feira enquanto avalia de um lado as contínuas preocupações sobre a saúde da economia global e de outro novos sinais de inflação no país.
A chair do Fed, Janet Yellen, falará à imprensa às 15:30.
Destaques
Petrobras tinha as ações preferenciais em queda de 2%, afetadas pelo cenário político, que ofuscava a alta dos preços do petróleo no exterior.
Banco do Brasil caíra 2,9%, ainda sensível ao noticiário político, mesmo após recuar mais de 20% na véspera, na maior queda percentual diária em 20 anos.
No setor, Itaú Unibanco e Bradesco caíam 2,8 e 2,9%, respectivamente.
Vale mostrava as ações preferenciais de classe A com ganho de 1,3%, amparadas na alta dos preços do minério de ferro na China.
Oi recuava 3,5%, pressionada por preocupações sobre as alternativas que a operadora de telecomunicações pode buscar para otimizar sua liquidez e perfil de dívida.
A empresa informou que está estudando com sua assessora financeira PJT Partners todas as oportunidades e propostas, que podem envolver a emissão de novas ações, embora não exista decisão.
Ecorodovias tinha desvalorização de 1,1%, após empresa de concessões de infraestrutura divulgar lucro líquido de 40,6 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 24,6% na comparação anual.
Suzano Pepel e Celulose e Fibria subiam 3,9 e 2,7%, novamente na ponta positiva do Ibovespa, conforme o dólar avançava cerca de 1,5% frente ao real.
JBS, que divulga o resultado após o fechamento, avançava 1,8%, também ajudada pelo câmbio.
Gol, que não está no Ibovespa, desabava quase 9%, em meio a dados operacionais da companhia aérea, com queda de 5% na demanda total de passageiros em fevereiro sobre um ano antes, enquanto a oferta de voos recuou 4,1% e as decolagens caíram 5,1%.
Os papéis também são afetados pela valorização do dólar ante o real.
Matéria atualizada às 10h53