Petrobras cai apesar de reajuste e alta do petróleo no exterior | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 5 de julho de 2021 às 18h21.
Última atualização em 5 de julho de 2021 às 19h22.
O Ibovespa caiu 0,53%, para 126.920 pontos, nesta segunda-feira, 5, após subir mais de 1,6% na última sexta-feira e em dia marcado por baixa liquidez por conta do feriado estendido da independência dos Estados Unidos. Sem negociação nas bolsas americanas hoje, o dia foi marcado por baixo volume de negociação, já que os investidores estrangeiros são responsáveis por quase metade do volume negociado no mercado à vista da B3. O dólar comercial, por sua vez, subiu 0,7%, para 5,08 reais, na quinta sessão consecutiva de alta.
Por aqui, a semana também será mais curta com o feriado de 9 de Julho no estado de São Paulo na sexta-feira.
"Sem a liquidez dos investidores internacionais, o mercado fica um pouco mais de lado. O que ajudou a trazer volatilidade é a parte doméstica", disse Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual digital, logo pela manhã.
Na mínima do dia, o índice chegou a cair mais de 0,8%, mas amenizou o movimento após a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciar que vai aumentar amanhã os preços da gasolina e do diesel. Segundo analistas da Ativa Investimentos, o primeiro reajuste na gestão do coronel Joaquim Silva e Luna, que assumiu o posto de CEO da companhia em abril deste ano, é positivo. No entanto, mesmo com a elevação, eles apontam que o preço da gasolina ainda apresenta defasagem de cerca de 14% frente ao mercado internacional.
As ações da Petrobras fecharam em queda de 1,1% após queda de 2,8% na mínima do dia. Ajudou a limitar as perdas também a alta dos preços do petróleo no exterior após a Opep+ cancelar sua reunião ministerial pelo terceiro dia seguido em meio a um impasse sobre a produção. O fracasso em um acordo nesta segunda significa que um aumento esperado na produção da commodity a partir de agosto pode não ocorrer, o que ajuda a impulsionar os preços.
Os papéis de bancos também trouxeram pressão durante o dia, sem conseguir estender a recuperação vista na sexta-feira, diante de preocupações sobre a reforma tributária. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que pode corrigir excessos na reforma, mas o mercado segue apreensivo com tantas indefinições.
“O ministro da Economia Paulo Guedes deu algumas declarações tentando amenizar o tom da reforma, mas esse vaivém causa estresse no mercado”, explica Paulo Duarte, economista da Valor Investimentos.
Investidores continuaram a monitorar ainda os desdobramentos da CPI da Covid-19, que investiga casos de propina nas compras das vacinas Covaxin e AstraZeneca. No sábado, a ministra Rosa Weber, do STF, autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro no caso da compra da vacina indiana.
A Vale (VALE3), ação com maior participação no Ibovespa, também fechou em baixa de 0,4% apesar da alta de 1,8% do minério de ferro no porto de Qingdao, para 221,82 dólares a tonelada. Segundo o Valor, o governo de Minas Gerais marcou para esta segunda-feira uma reunião com a empresa para discutir o acordo de reparação após rompimento da barragem de Brumadinho.
As siderúrgicas, por outro lado, tiveram desempenho misto. A Gerdau (GGBR4) caiu, enquanto CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) encerraram no positivo. No caso da CSN, a alta de 1,1% foi potencializada pela notícia de que a CSN Cimentos espera precificar seu IPO ainda hoje, segundo o Valor Pro.
As ações de shoppings avançaram repercutindo dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que mostrou retomada do setor de serviços em junho. O PMI de serviços avançou para 53,9 no último mês, saindo de 48,3 em maio.
Com o resultado, Multiplan (MULT3) subiu 1,08%. BR Malls (BRML3) e Iguatemi (IGTA3) avançaram 0,5% e 0,6%, respectivamente.