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Ibovespa recua com resultados fracos, mas sobe quase 9% no mês

O principal índice de ações da B3 caiu 1,31 por cento, a 79.220,43 pontos. O volume financeiro somou 9,5 bilhões de reais

Ibovespa: índice acumulou alta de 8,75 por cento no mês (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: índice acumulou alta de 8,75 por cento no mês (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 31 de julho de 2018 às 17h09.

Última atualização em 31 de julho de 2018 às 17h43.

São Paulo - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, com as ações da Cielo e do Itaú Unibanco entre as maiores quedas após resultados trimestrais fracos, mas subiu quase 9 por cento em julho, mês marcado pela volta dos investidores estrangeiros e relativa melhora nas expectativas relacionadas ao cenário eleitoral.

O principal índice de ações da B3 caiu 1,31 por cento, a 79.220,43 pontos. O volume financeiro somou 9,5 bilhões de reais.

Profissionais da área de renda variável também não descartaram para a queda na sessão algum movimento de realização de lucros diante do encerramento do mês, guiado particularmente pelo setor bancário, principal peso negativo no Ibovespa nesta sessão, com as ações valorizando-se mais de dois dígitos no acumulado de julho.

No mês, contudo, o Ibovespa acumulou alta de 8,75 por cento, após desempenho negativo nos dois meses anteriores. Foi a segunda maior alta mensal em 2018, atrás apenas do mês de janeiro, quando subiu 11,14 por cento. No ano, o índice contabiliza variação positiva de 3,57 por cento.

A performance mensal encontrou algum suporte na entrada de capital externo no segmento Bovespa, que registrava saldo positivo de 4,2 bilhões de reais no mês até o dia 27. No ano, porém, há ainda saída líquida de 5,7 bilhões de reais.

Também ajudaram desdobramentos no panorama político-eleitoral, notadamente o apoio do chamado blocão - formado por PP, DEM, PR, PRB e SD - ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, uma vez que, para muitos no mercado, o tucano é o que mais se aproxima do discurso de continuidade das reformas de ajuste fiscal do país.

Destaques

- CIELO desabou 9,75 por cento, maior baixa do Ibovespa, após a líder no mercado de meios de pagamentos no Brasil divulgar na véspera queda no lucro, no resultado operacional medido pelo Ebitda, na base de terminais e na receita do segundo trimestre, enquanto as despesas subiram, acentuando preocupações com o acirramento da competição no setor. Analistas da corretora Safra reduziram a recomendação das ações para 'neutra' e do Brasil Plural para 'underweight', enquanto o Credit Suisse - que divulgou relatório como título 'chocantemente fraco' sobre o desempenho da Cielo- cortou o preço-alvo das ações de 20 para 17 reais.

- ULTRAPAR e Cosan caíram 8,07 e 5,82 por cento, respectivamente, também entre as maiores quedas do Ibovespa, após Polícia Civil do Paraná deflagrar operação para prender gerentes e assessores comerciais das três maiores distribuidoras de combustíveis do país. A polícia paranaense disse que os funcionários da BR, Ipiranga e Raízen são suspeitos de formação de quadrilha para controlar o preço final dos combustíveis nas bombas dos postos de gasolina. A BR Distribuidora, que não está no índice, recuou 5,85 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 4,19 por cento, respondendo pela maior contribuição negativa para oIbovespa, após balanço do segundo trimestre. O banco divulgou lucro líquido recorrente de 6,38 bilhões de reais, alta de 3,5 por cento ante igual período de 2017, mas recuo de 0,6 por cento na medição sequencial. O estimativa para o ano foi mantida e o presidente-executivo do maior banco privado do país disse em teleconferência com analistas que estava confiante sobre atingir as metas de 2018. No mês, até a véspera, as preferenciais do Itaú subiram 16,48 por cento.

- BRADESCO PN recuou 1,93 por cento, também pesando no Ibovespa, em sessão negativa para o setor bancário como um todo, tendo no radar ainda ruído sobre eventual tributação sobre a variação cambial de operações de cobertura de risco (hedge) de investimentos de instituições financeiras no exterior. Para o Itaú BBA, trata-se de potencial notícia negativa para bancos privados. SANTANDER BRASIL UNIT recuou 1,11 por cento e BANCO DO BRASIL cedeu 1,19 por cento.

- RD fechou com acréscimo de 0,34 por cento, reduzindo perdas durante a sessão, após lucro líquido de 137,7 milhões de reais no período, praticamente estável sobre o resultado do mesmo intervalo de 2017. Para analistas da corretora Brasil Plural, os resultados foram fracos e a RD parece estar passando por uma "tempestade perfeita". Em teleconferência com analistas, executivos da rede de farmácias afirmaram que esperam um terceiro trimestre "duro" para a performance da RD depois de um segundo trimestre em que a margem Ebitda da empresa recuou para 8,4 por cento ante 8,9 por cento no mesmo período do ano passado.

- EMBRAER encerrou em alta de 0,36 por cento, apos sessão volátil na qual variou de queda de 3,28 por cento a acréscimo de 3,96 por cento. No radar esteve o balanço do segundo trimestre, com prejuízo líquido atribuído aos acionistas de 467 milhões de reais. A equipe da Coinvalores disse que o resultado trouxe algumas boas notícias, como a melhora em relação ao fraco primeiro trimestre, e algumas negativas, como a revisão dos custos do projeto do cargueiro da companhia, mas destacou que o foco do mercado está na operação com a Boeing . Nesse sentido, o vice-presidente financeiro da empresa afirmou que a Embraer está "avançando bastante" na elaboração dos contratos definitivos para venda do controle de sua divisão de jatos comerciais para a norte-americana.

- PETROBRAS PN cedeu 0,85 por cento, seguindo o recuo dos preços do petróleo no exterior, com o contrato Brent da commodity encerrando com maior perda mensal em dois anos, depois de uma pesquisa da Reuters mostrar que a produção da Opep atingiu a máxima do ano em julho, reacendendo preocupações sobre o excedente de oferta. PETROBRAS ON cedeu 0,54 por cento.

- VALE subiu 0,94 por cento, beneficiada pela alta do preço do minério de ferro à vista na China. 

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