B3: os investidores avaliam se o governo terá força para aprovar suas reformas (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 31 de outubro de 2017 às 18h57.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista recuou nesta terça-feira, com investidores preferindo cautela ante preocupações com o avanço da agenda de reformas ajudando também a tirar ímpeto no mês, que terminou apenas estável, após ter renovado recordes.
As atenções no pregão também se voltaram para o noticiário corporativo. Cielo teve forte alta e liderou a ponta positiva após resultado trimestral, enquanto Itaú Unibanco ficou entre as maiores pressões negativas.
O Ibovespa fechou caiu 0,66 por cento, a 74.308 pontos e terminou o mês com variação positiva de 0,02 por cento. No ano, após fechar oito dos dez meses até agora no azul, o índice acumula alta de 23,4 por cento. O giro financeiro do pregão somou 9,56 bilhões de reais.
O índice operou no azul no começo dos negócios, ensaiando recuperação após fechar abaixo dos 75 mil pontos na véspera, e subiu 0,46 por cento na máxima. Mas o tom positivo não se sustentou e o sentimento de cautela acabou prevaleceu.
Ao longo do mês, o Ibovespa renovou máximas algumas vezes, tendo marcado 76.989 pontos como novo recorde de fechamento. Desde então, o Ibovespa passou a encontrar resistência, diante de incertezas no cenário político e também com alguma pressão do exterior.
Com o arquivamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, os investidores avaliam se o governo terá força para aprovar suas reformas, principalmente a da Previdência, ainda que uma versão mais simples.
"Está aumentando a pressão por algum avanço na reforma da Previdência e, se não acontecer este ano, fica mais difícil porque o próximo é ano eleitoral", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.
No exterior, o mercado aguarda a nomeação de quem vai substituir Janet Yellen no comando do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, antes de ajustar as apostas sobre o ritmo de altas de juros no país.
- CIELO ON subiu 9,44 por cento, liderando a ponta positiva do índice após reportar números melhores que o esperado por analistas para o terceiro trimestre. No período, o lucro líquido foi de 1,017 bilhão de reais, alta de 0,8 por cento ante igual período de 2016.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 2,46 por cento, após ter chegado a subir 1 por cento na máxima. O banco anunciou na segunda-feira à noite seus números do terceiro trimestre que, segundo analistas do BTG Pactual, foram em grande parte em linha com o esperado. No período, o lucro recorrente do Itaú foi de 6,254 bilhões de reais, alta de 11,8 por cento sobre um ano antes.
- BRADESCO PN perdeu 1,34 por cento, SANTANDER UNIT teve baixa de 3,02 por cento e BANCO DO BRASIL ON cedeu 2,19 por cento, em sessão negativa para o setor bancário como um todo.
- BRASKEM PNA caiu 1,67 por cento. O papel chegou a recuar mais de 5 por cento na mínima, devolvendo parte dos ganhos de quase 12 por cento da véspera, após reportagem afirmar que a holandesa Lyondellbasel estaria interessada em comprar o controle da brasileira. A Braskem disse nesta terça que não foi abordada pela Lyondell com qualquer proposta de aquisição.
- EMBRAER ON teve alta de 1,42 por cento, revertendo perdas de mais cedo, quando chegou a cair quase 2,5 por cento, após o corte na recomendação do JP Morgan para os ADRs da fabricante brasileira de aviões para "neutra", ante "overweight". Também no radar estava a assinatura de um contrato com a American Airlines para o pedido firme de 10 jatos E175.
- PETROBRAS PN cedeu 0,06 por cento e PETROBRAS ON subiu 0,4 por cento, em sessão que terminou com ganhos para os preços do petróleo no mercado internacional.
- VALE ON caiu 0,77 cento, de olho no movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China, que acumularam queda de 5,8 por cento no mês.