Mercados

Ibovespa pode subir 23% a 85 mil em 2011, diz Mendes

Analista considera que possível tributação dos investimentos estrangeiros na bolsa pode atrapalhar o crescimento

Os setores de mineração, petróleo e gás, bancos e siderurgia devem puxar o Ibovespa em 2011 (Ana Cecília Rezende/EXAME)

Os setores de mineração, petróleo e gás, bancos e siderurgia devem puxar o Ibovespa em 2011 (Ana Cecília Rezende/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 12h31.

São Paulo - O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, deve ter uma alta de 23 por cento em 2011 em relação a 2010, atingindo 85.000 pontos, disse Walter Mendes, sócio da Cultinvest Asset Management.

Os setores em destaque no ano devem ser mineração, petróleo e gás, bancos e siderurgia, o “inverso” do que ocorreu em 2010, disse Mendes, ex-diretor de renda variável dos fundos do Itaú Unibanco Holding SA. No ano passado, apenas a mineração foi bem entre esses segmentos de maior peso e os melhores do ano foram varejo, alimentos, fumo e bens de capital, disse ele.

“O setor de mineração está relativamente barato este ano, e o minério está subindo ainda. Os bancos sofreram muito no ano passado, por medo de alta de juros, e ficaram baratos”, disse o executivo no dia 7 de janeiro em entrevista por telefone de São Paulo. Para ele, a Petróleo Brasileiro SA não deve “atrapalhar” o Ibovespa este ano. “A siderurgia teve um ano muito ruim, talvez já tenhamos passado pelo fundo do poço”.

Segundo ele, essa pontuação de 85.000 pontos pode ser comprometida caso o governo tribute o investimento de estrangeiros em bolsa.

“O governo, infelizmente, não descarta mexer no IOF e, se mexer, muda bem essa projeção. Não chega a virar negativo no ano, mas atrapalha”, disse Mendes, referindo- se ao Imposto sobre Operações Financeiras.

O Ibovespa acumula alta de 1,1 por cento no ano até o dia 7 de janeiro. No ano passado, o índice subiu 1 por cento.

Novos fundos

A Cultinvest foi fundada em julho do ano passado por Alexandre Zákia, também ex-diretor do Itaú. Mendes entrou na empresa em agosto.

A gestora pretende lançar dois novos fundos até abril, sendo um de “private equity” e um de direitos creditórios, ou FIDC, disse Mendes, sem dar mais detalhes.

Atualmente, a gestora administra quatro fundos de investimento, um long and short, um de renda fixa privada, um de ações e um de vinhos, todos lançados em dezembro.

Segundo ele, a bolsa brasileira não deve ter mais altas próximas a 90 por cento no ano, como ocorreram em 2009 e 2003, nem quedas “violentas”, como a de mais de 40 por cento, em 2008.

A gestora tem nove profissionais e está em busca de mais dois: um para análise de empresas e outro para a gestão destes novos fundos estruturados.

Em 20 de dezembro, o Banco Santander Brasil SA, divulgou relatório assinado pelos analistas Marcelo Audi e Leonardo Milane, reduzindo a projeção do Ibovespa para 89.000 pontos em dezembro de 2011. Em outubro, o banco estimava que o índice chegaria a 100.000 pontos até o fim de 2011.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica LatinaB3bolsas-de-valoresDados de BrasilEmpresasEmpresas abertasservicos-financeiros

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney