Mercados

Ibovespa cai 2% com exterior; Oi dispara 18% e varejistas despencam

Pedidos de auxílio desemprego dos Estados Unidos crescem pela primeira em mais de três meses e tensão sino-americana volta à tona

Bolsa: Ibovespa cai 1,91% e encerra em 102.293 pontos (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa cai 1,91% e encerra em 102.293 pontos (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 18h10.

A bolsa brasileira fechou em queda no pregão desta quinta-feira, 23, acompanhando o dia negativo no mercado americano, após o número de pedidos semanais de seguro desemprego voltar a crescer nos EUA depois de mais de três meses. O aumento de tensões entre China e Estados Unidos também pressionou os negócios, com noticias de que os chineses não vão fechar o consulado em Houston. O Ibovespa, principal índice de ações, caiu 1,91% e encerrou em 102.293 pontos.

Antes da abertura, os índices futuros americanos estavam positivos, com os investidores repercutindo resultados corporativos e um possível pacote de estímulo econômico nos EUA. Mas o humor virou ao longo do dia.

Divulgado pela manhã, os pedidos semanais de auxílio desemprego dos Estados Unidos ficaram em 1,416 milhão, enquanto a expectativa era de  queo número permanecesse em 1,3 milhão. Essa foi a primeira vez que os pedidos de auxílio desemprego cresceram de uma semana para outra desde o pico de 6,648 milhões de pedidos, em 3 de abril. Por lá, os índices S&P 500 e composto de Nasdaq caíram 1,22% e 2,29%, respectivamente.

No período da tarde, a notícia de que a China não deve deixar o consulado de Houston deu novos ares à crise diplomática, já que, na véspera, o governo americano havia exigido o seu fechamento. Segundo os EUA, a medida seria necessária para preservar a "propriedade intelectual" dos americanos. Há temores de que a escalada de tensões caia no campo econômico, com novas sanções comerciais de ambos os lados. "Isso acabou influenciado o mercado até mais do que os dados de pedido de seguro desemprego", comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Na bolsa, o grande destaque ficou com a Oi, que viu seus papéis registrarem 19,6% de alta, após a Highline cobrir as ofertas da Vivo, Tim e Claro pela parte móvel da companhia e ganhar o direito de negociar com exclusividade. "A oferta é positiva para a Oi, já que ajuda no processo de desalavancagem e deve ser mais fácil para a negociação ser aprovada por órgãos regulatórios", disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Vencida, os papéis da Tim, lideraram as perdas do Ibovespa, com 8,25%. A Telefônica, controladora da Vivo, caiu 3,73%. "Isso é bem negativo para a Vivo e Tim, que terão que lidar com um novo concorrente bem capitalizado", afirmou Lima.

Entre as maiores quedas da sessão também figuraram as ações das varejistas Via Varejo, Magazine Luiza e B2W, que tiveram respectivas quedas de 7%, 5% e 4,4%. "Caiu tudo. La fora, as empresas de varejo on-line e tecnologia caíram bem, aqui acabou acompanhando",  disse Lima.

Na ponta positiva, ficaram ações de setores com receita dolarizada, como o de papel e celulose, com Suzano, subindo 3,14% e Klabin, 0,99%. JBS também com parte da receita em dólar, subiu 1,49%. No mercado de câmbio, a valorização da moeda americana foi de 1,9%.

Acompanhe tudo sobre:IbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney