A disputa entre os controladores da empresa fez a Raymond James rebaixar sua recomendação aos recibos de ações da empresa negociados nos Estados Unidos (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2011 às 15h20.
São Paulo – Após deixar o mês de maio para trás com uma queda de 2,3%, o Ibovespa abre junho dando continuidade às perdas. Nesta quarta-feira (1), o principal índice da bolsa chegou a desvalorizar 1,4%, aos 63.713 pontos, na mínima do dia. No ano, a queda do índice chega a 7,8%.
As bolsas de valores dos Estados Unidos também operam no negativo, com dados fracos sobre o mercado de trabalho do país somando-se a uma série de relatórios econômicos ruins. O setor privado dos EUA criou apenas 38 mil empregos em maio, bem menos que o esperado e o menor nível desde setembro de 2010, segundo informou a ADP. Os especialistas trabalhavam com uma expectativa em torno de 170 mil novos empregos.
Pão de Açúcar
O maior varejista do país novamente amarga um pregão de queda. As ações do Pão de Açúcar chegaram a cair 4,7% nesta tarde, vendidas a 60,21 reais.
O desempenho ainda reflete as dúvidas de investidores quanto às divergências desencadeadas desde a última semana entre os controladores do grupo. A disputa entre os controladores da empresa fez a Raymond James rebaixar sua recomendação aos recibos de ações da empresa negociados nos Estados Unidos, de compra forte (strong buy) para performance acima da média de mercado (outperform).
O grupo francês Casino informou na terça que entrou com pedido de arbitragem internacional junto à Câmara Internacional de Comércio (ICC) contra a família Diniz, com quem divide o controle do Pão de Açúcar. O Casino alertou Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração da varejista, quanto a uma possível negociação de fusão com o rival Carrefour no Brasil às escondidas, afirmando que uma abordagem do tipo desrespeitaria um acordo de sócios existente.
Já Abilio Diniz afirmou não ter descumprido qualquer disposição dos acordos de acionistas do Grupo Pão De Açúcar, por meio de comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
BM&FBovespa
Com uma queda de 10% em 2011, as ações ordinárias da BM&FBovespa (BVMF3) chegaram a ser destaque de valorização do Ibovespa na primeira hora de pregão e agora operam no vermelho. Na máxima da sessão, os ativos atingiram registravam ganhos 2,8%, cotados a 11,64 reais.
A BM&FBovespa prepara o lançamento de novos contratos no segundo semestre com o intuito de aumentar a liquidez do mercado de derivativos no Brasil, incluindo um mini contrato da soja, mini S&P500 e um derivativo inédito de petróleo, disse o presidente-executivo da bolsa na semana passada.
BR Malls
Com valorização máxima de 4,7% neste pregão, as ações ordinárias da BR Malls estendem ganhos ao acionista. Os ativos já valorizaram expressivos 71% nos últimos 12 meses. Em recente relatório, o David Lawant, analista do Itaú BBA, afirma que a administradora de shopping centers está bem capitalizada e apta para seguir com suas aquisições nos próximos anos.
O analista reiniciou a cobertura da empresa, com recomendação de desempenho acima da média de mercado (outperform). O preço-alvo estimado para o final de 2011 foi fixado em 23,20 reais, o que significa um potencial de valorização de 27%.
Brasil Foods
As ações ordinárias da Brasil Foods (BRFS3) chegaram a cair 2,1% nesta tarde, vendidas a 28,66 reais.
A empresa comunicou na véspera que iniciou as negociações para formar uma joint-venture (associação) com a companhia Dah Chong Hong, sediada em Hong Kong. Este é o primeiro passo de um ambicioso plano de expansão na China, que pode culminar com a construção de uma fábrica em 2012. A BRF foi formada após a fusão da Sadia e da Perdigão, mas o negócio ainda espera a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A BRF informou que o propósito das negociações é o estabelecimento de uma joint-venture "para distribuição no mercado chinês, processamento local, desenvolvimento da marca Sadia na China e alcance dos canais de varejo e food service".