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Vale desaba 4% com fim do rali do minério e derruba Ibovespa em quase 2%

Mineradora recua após minério de ferro fechar no menor patamar em duas semanas na China

. (Germano Lüders/Exame)

. (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 10h49.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2023 às 18h34.

O Ibovespa opera em queda de quase 2% nesta quinta-feira, 2, mais uma vez pressionado pelas ações da Vale (VALE3), empresa com maior participação no índice. 

Os papéis da mineradora caem mais de 4% hoje em linha com a desvalorização do minério de ferro na China. Nesta madrugada, a commodity fechou em Dalian no menor patamar em duas semanas, a US$ 125 por tonelada. 

Depois de um rali para o minério em janeiro, investidores agora estão reprecificando as expectativas com a reabertura econômica da China. Além da mineradora, as siderúrgicas, também dependentes do preço do minério, fecharam no negativo. Vale lembrar que CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) ficaram entre as maiores altas do Ibovespa em janeiro, subindo mais de 30% no acumulado do último mês.

  • Vale (VALE3): - 4,62%
  • CSN (CSNA3): - 5,46%
  • CSN Mineração (CMIN3): - 7,12%

A baixa no mercado de commodities contrastou com o clima positivo no exterior. Nos Estados Unidos, investidores ainda estão reagindo à decisão de juros de ontem, quando o Federal Reserve (Fed) diminuiu o ritmo de alta para 0,25 ponto percentual (p.p.). 

A fonte do bom humor foram as palavras de Jerome Powell, presidente do Fed. Embora tenha dito que deverá voltar a subir a taxa de juros após a decisão de quarta-feira, 2, a fala de que "pela primeira vez que o processo desinflacionário começou" soou positivamente para investidores. A fala foi o suficiente para que investidores passassem a precificar um cenário de juros mais baixos nos Estados Unidos, provocando efeitos globais no mercado.

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta, com destaque para o índice Nasdaq, que subiu mais de 2%. Além de ser o mais beneficiado por uma política mais branda do Fed (devido à maior presença de empresas de crescimento), a forte valorização da Meta (ex-Facebook) contribui para a forte alta. As ações da companhia de Mark Zuckerberg disparam 23%, após o resultado do quarto trimestre e o anúncio de que a empresa irá recomprar US$ 40 bilhões em ações.

Dólar cai abaixo de R$ 5 na mínima

O bom humor com o Fed também impactou o dólar, que recua para a mínima desde o primeiro semestre do ano passado contra uma cesta de moedas desenvolvidas (DXY). No Brasil, a moeda americana fechou esta quinta em queda, e chegou a ser negociada abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho. Na mínima, a moeda foi negociada a R$ 4,941.

  • Dólar comercial: - 0,30%, a R$ 5,045

"A queda se aprofundou após romper a barreira dos R$ 5, o que mostra que investidores já tinham posições definidas para o momento em que a taxa de câmbio rompesse essa barreira psicológica", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Do lado local, também contribui com a desvalorização do dólar o sinal mais duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom).

"O BC deixou claro que há um custo grande para a inflação, caso haja descontrole maior nos gastos, principalmente. Com isso mercado entendeu que não há espaço para queda dos juros no curto prazo. Isso, somado ao tom mais tranquilo por parte do Fed está ajudando na queda do dólar hoje", comentou Cristiane Quartaroli economista do Banco Ourinvest.

Segundo o comunicado da última noite, o Copom segue "avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação". O BC também enfatizou que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Maiores altas

As empresas aéreas, que têm seus custos dolarizados dispararam com a queda da moeda americana. A Gol (GOLL4) liderou os ganhos subindo 13%.

“Parte da alta pode ser explicada pela queda do dólar nessa semana, chegando a ficar abaixo dos R$5,00. A queda por sua vez, influencia em mais da metade dos custos das empresas do setor”, afirmou, em nota, a Ativa Investimentos.

Maiores baixas

Na ponta oposta, as siderúrgicas ficaram entre as maiores quedas do dia com a baixa do minério de ferro. Mas a lanterna do dia foi da exportadora BRF (BRFS3), acompanhando a baixa do dólar.

  • BRF (BRFS3):- 7,70%
  • CSN Mineração (CMIN3): - 7,12%
  • Usiminas (USIM5): - 5,95%
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