Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Publicado em 31 de julho de 2023 às 10h31.
Última atualização em 31 de julho de 2023 às 18h28.
O Ibovespa sobreviveu à montanha-russa do mês de julho e fechou o acumulado mensal em alta de 3,3% – seu quarto mês consecutivo no azul. Apesar da alta, julho foi marcado pela volatilidade.
Um dos fatores que ajudou a bolsa a se manter no positivo foi a expectativa de cortes de juros a partir da próxima decisão do Copom, que será divulgada na próxima quarta-feira, 2. Dados como a prévia da inflação, o IPCA-15, ajudaram a compor esse cenário de expectativa. O índice apresentou deflação de 0,07%, após alta de 0,04% no mês anterior.
Outro indicador positivo foi a elevação do grau de investimento no Brasil pela Fitch. A agência de classificação de risco elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. A nota do Brasil havia sido rebaixada para o patamar BB- em 2018, em meio à crise política e fiscal e pela não aprovação de reformas, como a da Previdência.
A fraqueza da inflação, a elevação do grau de investimento e o avanço de pautas econômicas na bolsa deram força às ações mais ligadas à economia local, que ficaram entre as maiores altas do Ibovespa no mês. Entre os destaques, Méliuz (CASH3) disparou 27% e Carrefour (CRFB3) avançou 22,5%.
As petroleiras privadas também avançaram forte, acompanhando a alta do petróleo, que registrou seu melhor patamar desde abril. A alta acompanhou a expectativa de uma redução na oferta. A Arábia Saudita planeja manter os cortes em sua produção de 1 milhão de barris de petróleo por dia até setembro. A Prio (PRIO3) ficou entre as maiores altas do mês, subindo 23%.
O mês foi marcado também por decisão de juros nos Estados Unidos, que subiram em 0,25 ponto percentual. Para Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, isso também ajudou a bolsa brasileira a ganhar destaque.
“A decisão do Fed ficou dentro do esperado, o que coloca o Brasil em uma posição muito interessante para investimentos mundo afora porque a nossa inflação local já se encontra em um patamar de controle”, avaliou.
O Ibovespa chegou a subir aos 123.000 pontos na máxima do mês. Porém, a volatilidade das duas maiores ações do índice, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) acabou segurando os ganhos da bolsa. A Vale subiu e desceu ao sabor das notícias de estímulos vindas da China – promessas ainda não confirmadas que podem mexer com os preços do minério de ferro.
Já a Petrobras desabou mais de 5% na semana passada depois de decepcionar com seu relatório de produção do segundo trimestre. Nesta sexta-feira, último pregão do mês, o papel se recuperou e subiu 4,5% após o anúncio de sua nova política de distribuição de dividendos.
Foi definido que o pagamento será trimestral, com base em 45% do fluxo de caixa livre da empresa no período. A política anunciada estabelece uma remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões para exercícios em que o preço médio do Brent for superior a US$ 40.
"O mercado esperando esperando um patamar de 40% do fluxo de caixa livre. Entendemos que os 45% serão bem recebidos pelos investidores. Ademais, a manutenção do pagamento com relação à geração de caixa e a trimestralidade da distribuição nos agradaram", disseram em nota analistas da Ativa Investimentos.
No saldo final, a Petrobras subiu até 1,7% no mês. Já a Vale fechou o período em alta forte de quase 5%.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura é entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro vão das 9h às 17h55.