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Falas de Lira e Pacheco ajudam mercado a digerir pacote fiscal e Ibovespa fecha em alta

Investidores seguiram repercutindo divulgação do corte de gastos do governo, mas demonstraram alívio com possibilidade de debate sobre isenção de IR ficar só para 2025

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 10h55.

Última atualização em 29 de novembro de 2024 às 18h39.

O Ibovespa fechou em alta depois das falas de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, aliviarem o azedume do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo.

Lira disse que a Câmara fará todo o esforço necessário para contribuir com medidas de corte de gastos, mas a discussão sobre o IR deverá ficar para 2025. A sinalização de Pacheco foi similar. Os dois congressistas participaram de evento da Febraban.  

O principal índice da B3 subiu 0,85%, aos 125.667,83 pontos, após oscilar entre 123.946,16 e 126.055,96. O índice foi especialmente ajudado pelos papéis da Vale, que fecharam em alta de 2,17%. A ação ordinária da Petrobras subiu 2,08% e a preferencial, 0,84%. Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 2,67%.

A interpretação do mercado foi positiva e a expactativa é que o pacote de fiscal deve tramitar no Congresso ainda este ano. "Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar", disse em publicação no X, o antigo Twitter. 

Lira também adiou a grande preocupação do mercado: a isenção do imposto de renda. O deputado afirmou que a proposta de isenção de IR para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil deve ser discutida pelo parlamento apenas em 2025 e após apresentação "realista" de fontes de financiamento.

Ibovespa hoje

  • IBOV (diário): +0,85%, aos 125.668pontos
  • IBOV (semanal): - 2,67%

Desconfiança com o pacote fiscal

O novo pacote fiscal do governo promete reduzir os gastos públicos em R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. No entanto, a proposta incluiu uma surpresa para o mercado: a isenção de Imposto de Renda (IR) pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil.

E foi esse fator imprevisto que azedou o humor dos mercados nos últimos dias. "O anúncio do pacote fiscal não conseguiu recuperar a credibilidade sobre a política econômica", escreveu o time do JPMorgan em relatório publicado na véspera.

Na visão do banco, o BC deverá optar pela elevação de 1 ponto percentual a taxa básica de juros (hoje em 11,25%), já na na próxima reunião. A estimativa do time é de que a Selic ao fim de 2025 não fique mais em 13%, mas, sim, a 14,25%.

O Goldman Sachs, por sua vez, avaliou que o pacote fiscal não é ambicioso nem alinhado com o que o cenário macroeconômico atual exige.

"O pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto”, escreveram os analistas. “A isenção de IR reforça a percepção de que a administração continua a adotar uma estratégia de impostos e gastos, em vez de focar diretamente no aperto da postura fiscal."

Como é calculado o índice Bovespa?

O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.

 

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