Ibovespa: bolsa segue nos 126 mil pontos em reação a dados mais positivos da inflação (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 29 de abril de 2024 às 10h33.
Última atualização em 29 de abril de 2024 às 17h36.
O Ibovespa fechou em alta de 0,65% no pregão desta segunda-feira, 29, a 127.352 pontos. O movimento foi puxado majoritariamente pelas ações da Vale e Petrobras, com os maiores pesos do índice, que subiram mais de 1%. O dólar fechou praticamente estável, em queda de 0,03%, a 5,115 reais.
O maior destaque do do dia, no entanto, ficou com as ações do Grupo Casas Bahia, que terminaram pregão em alta de 34,19%, a R$ 7,30. A disparada ocorreu após a companhia anunciar um acordo de recuperação extrajudicial firmado com o Bradesco e Banco do Brasil, que detêm 66% da dívida total e 55% da dívida a ser reestruturada.
O reperfilamento da dívida previsto no acordo garante a Casas Bahia a redução 1,5 ponto percentual no custo médio de dívida, totalizando economia de R$ 60 milhões por ano. A melhora no fluxo de caixa é de R$ 4,3 bilhões em quatro anos, sendo de R$ 1,5 bilhão em 2024. O prazo médio da dívida passou de 22 meses para 72.
O plano de recuperação deverá ser votado em até 30 dias após sua apresentação à Justiça, prevista para a próxima semana. A operação requer a aprovação de maioria simples, mas já é dada como certa, tendo em vista que o BB e o Bradesco, com 55% da dívida a ser reestruturada, já deram o aval à recuperação.
Já as ações da Petrobras subiram pelo terceiro dia seguido, ainda embaladas pela distribuição dos dividendos complementares, anunciada na semana passada. A ação preferencial (PETR3) subiu 1,81% e a preferencial, 1,79%.
As bolsas também fecharam em alta nos Estados Unidos, onde investidores comemoraram o acordo entre Tesla e a Baidu que deve pavimentar o desenvolvimento de carros semi-autônomos na China. As ações da Tesla subiram 15,31%.
No radar dos investidores ainda estiveram os movimentos no conflito no Oriente Médio. Pela primeira vez em quase sete meses de guerra, as autoridades israelenses indicaram que estão dispostas a discutir o fim do conflito. Isso ocorreu após o Egito propor, em conjunto com Israel, uma solução ao grupo Hamas, envolvendo a libertação de reféns israelenses e um cessar-fogo inicial de três semanas para evitar uma ofensiva militar israelense em Rafah, no sul de Gaza.
De acordo com autoridades egípcias, Israel concordaria em iniciar conversações de longo prazo após o Hamas libertar um primeiro grupo de 20 reféns durante a trégua de três semanas. Esta é a mais recente tentativa dos mediadores para reiniciar as negociações, que estagnaram durante cerca de cinco meses.
Nesta segunda-feira, uma fonte do alto escalão do Hamas informou à AFP que uma delegação do grupo, liderada por Khalil Al Hayya, chegará ao Egito para apresentar a resposta do movimento à proposta israelense. Al Hayya é o número dois do braço político do movimento em Gaza e anunciou no sábado que o Hamas estava avaliando a resposta a uma contraproposta de Israel.