Repórter de Invest
Publicado em 26 de março de 2024 às 10h37.
Última atualização em 26 de março de 2024 às 18h04.
O Ibovespa desta terça-feira, 26, fechou em queda. O principal índice da bolsa de valores brasileira caiu 0,05%, aos 126.863 pontos. Com agenda cheia por aqui, os investidores repercutem a ata da última reunião do comitê de política monetária (Copom) e também a chamada “prévia da inflação” referente a este mês. Lá fora, a expectativa ainda fica por dados que virão nos próximos dias.
Antes da abertura do mercado, o IBGE publicou os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que fechou em março em 0,36%, uma queda de 0,42 ponto percentual em relação a fevereiro, quando registrou alta de 0,78%. O resultado ficou levemente acima do consenso do mercado, que esperava uma alta mensal de 0,32%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,45% e, nos últimos 12 meses, de 4,14%. A expectativa era de uma alta de 4,10% na comparação anual. “Vimos o dado marginalmente acima do que o mercado esperava, mais uma vez, e isso um dos fatores que influenciou na abertura da curva de juros”, diz Lucca Ramos, sócio da One Investimentos.
Ainda no Brasil, os investidores repercutem nesta terça a divulgação da ata do Copom. A grande questão da última decisão foi a garantia de que o Banco Central manteria o ritmo de cortes apenas para a próxima reunião, retirando a garantia que manteria por pelo menos duas reuniões. “O Comitê avalia que as informações trazidas por atualizações dos conjuntos de dados analisados serão particularmente importantes para definir o ritmo e a taxa terminal de juros", diz a ata. Justificando a retirada do "plural" no "forward guidance", o documento afirma que alguns membros argumentaram que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode ser apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir.
Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio, explica que o documento reforça que o processo desinflacionário por aqui está tendo suas expectativas atendidas mais lentamente, tanto domesticamente, quanto globalmente. “E isso aumenta o horizonte de incertezas fazendo com que forward guidance fizesse essa mudança do Copom, mantendo o ritmo de corte apenas mais uma rodada.”
Já no radar corporativo, a Casas Bahia (BHIA3) contabilizou um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre. Entre os impactos negativos não recorrentes estão R$ 197 milhões na linha de outras receitas e despesas operacionais, e R$ 24 milhões no resultado financeiro vinculadas a riscos tributários relacionados ao Difal. Excluindo estes impactos, o prejuízo teria sido menor, na ordem de R$ 400 milhões. No fechamento do Ibov, os papéis da varejista lideraram as perdas com queda de 9,09%.
A principal alta do dia ficou com a São Martinho, que anunciou a emissão de debêntures, visando levantar até R$ 1,25 bilhão. “Esses recursos podem ser usados para otimizar a estrutura de capital da empresa e financiar novos projetos e também foi aprovado programa de recompra de até 14,2 milhões de ações - o que sinaliza ao mercado que a própria empresa vê suas ações subvalorizadas, e é um bom indicativo de valor para os investidores”, diz Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.
Além das Casas Bahia, outro ativo a ter uma perda acentuada hoje foi a Minerva. “Após o balanço do 4T23 da Minerva, a queda de BEEF3 pode ser atribuída em grande parte ao impacto negativo dos ajustes contábeis na Argentina, devido ao reconhecimento de receitas negativas em reais. Este ajuste contábil, resultante da aplicação do IAS29 em resposta à hiperinflação argentina, provocou um impacto direto na receita líquida da empresa, reduzindo-a em R$1,5 bilhão”, diz Almeida.
O dólar opera em alta nesta terça-feira. Hoje, a moeda americana sobe 0,15%, cotada a R$ 4,981. Na segunda-feira, o dólar fechou em queda de 0,51%, cotado a R$ 4,973.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.