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Bolsa fecha no zero a zero com confirmação de Prates na Petrobras (PETR4)

Investidores estão receosos com eventual mudança na estratégia da estatal sob o governo Lula

Painel de cotações da B3, bolsa brasileira (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Painel de cotações da B3, bolsa brasileira (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 10h27.

Última atualização em 26 de janeiro de 2023 às 18h46.

O Ibovespa fechou esta quinta-feira, 26, no zero a zero, dividido entre a altas das commodities e pressionado pela baixa nas ações da Petrobras (PETR3/PETR4). Os papéis da estatal representam 11% da carteira teórica do índice, e exerceram forte pressão negativa.

  • Ibovespa: - 0,08%, 114.178 pontos

O dia já começou com instabilidade nas ações, com investidores aguardando a reunião do conselho de administração que iria definir o futuro do comando da companhia. Como era esperado, o conselho aprovou a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o novo presidente da companhia é o ex-senador Jean Paul Prates.

  • Petrobras (PETR3): - 2,79%
  • Petrobras (PETR4): - 2,75%

Prates foi aprovado como membro do conselho e nomeado presidente interino da companhia até o dia 13 de abril, quando será realizada a assembleia geral de acionistas que pode nomear, formalmente, o novo CEO para o cargo. 

A nomeação era amplamente esperada, mas o mercado já está preocupado com o que vem pela frente. A preocupação é com a possível mudança na estratégia da estatal. Os temores vão desde o fim da política de paridade internacional de preços até um redirecionamento dos dividendos da companhia.

Prates já afirmou que pretende criar um fundo de estabilização para suavizar a volatilidade do preço do petróleo nas bombas – e os dividendos da Petrobras seriam, ao lado dos royalties, a forma de financiar esse projeto.

 “O mercado acompanhará os primeiros passos da conduta de Prates e, fundamentalmente, a decisão da companhia quanto à distribuição de proventos no quarto trimestre de 2022. Será também alvo de atenção dos investidores no decorrer dos próximos dias se os indicados ao Conselho pelo Governo Federal terão perfil político ou técnico”, indicou, em nota, a Ativa Investimentos.

Wall Street volta a subir

Mais cedo, o índice operava em alta com investidores repercutindo positivamente a bateria de dados da economia americana divulgada nesta manhã.

O número mais aguardado era o do PIB do quarto trimestre, que revelou crescimento de 2,9%, ficando acima do consenso do mercado, de 2,6%. O PIB, no entanto, confirmou a expectativa de desaceleração, dada a expansão de 3,2% no trimestre anterior.

Também saíram nos Estados Unidos os pedidos semanais de seguro desemprego, que, assim como o PIB, mostraram uma atividade econômica mais forte que a esperada no país. Foram apenas 186.000 pedidos na última semana, ante projeção de 206.000.

Embora os dados indiquem um cenário mais desafiador para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) controlar a inflação, um dado específico aliviou as preocupações do mercado: o índice de preço sobre gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) do quarto trimestre. 

O indicador, que é uma das principais referências para a política monetária do Fed, saiu abaixo do previsto pelos economistas, com queda de 4,30% para 3,2%. Já o núcleo do PCE recuou de 4,7% para 3,9%, ficando abaixo do consenso de 4%.

Em Wall Street, as principais bolsas operam em alta. Além dos dados, que mostram uma economia forte, mas sem tanto efeito inflacionário, alimenta otimismo do mercado o resultado da Tesla. Em balanço divulgado na última noite, a empresa superou as estimativas para lucro e receita. Nesta quinta, suas ações sobem mais de 8% em  Nova York.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Maiores altas

Entre as maiores altas, papéis ligados ao minério de ferro voltaram a subir atentos à reabertura da China. A expectativa é de aumento na demanda pela commodity e, consequentemente, dos lucros das empresas ligadas ao minério.

  • CSN (CSNA3): + 4,43%
  • CVC (CVCB3): + 4,29%
  • Usiminas (USIM5): + 3,74%

Maiores baixas

Na ponta negativa, a Petrobras fica entre as maiores baixas do pregão em um dia de alta do petróleo no mercado internacional. Mas a lanterna ficou com Hapvida (HAPV3), que caiu mais de 3%.

  • Hapvida (HAPV3): - 3,08%
  • Suzano (SUZB3): - 2,93%
  • Cemig (CMIG4): - 2,82%
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