Ibovespa: bolsa é impactada por Vale (VALE3) (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Repórter de finanças
Publicado em 25 de abril de 2024 às 10h33.
Última atualização em 27 de maio de 2024 às 14h22.
O Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, fechou perto da estabilidade nesta quinta-feira, 25. O movimento foi equilibrado pelas duas principais posições do índice, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que tiveram performances opostas.
A Vale, que divulgou balanço do primeiro trimestre na noite de ontem, caiu 2,11%, com investidores repercutindo negativamente o resultado. O lucro líquido da companhia no período foi de US$ 1,68 bilhão, 9% mais baixo na comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) foi de US$ 3,3 bilhões, 6% abaixo do consenso da Bloomberg.
Como pano de fundo das negociações também estiveram a notícia sobre a proposta de US$ 39 bilhões da BHP pela compra da Anglo American. Em teleconferência com investidores, Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, afirmou que a companhia ainda está "digerindo" as negociações anunciadas nesta manhã, mas que a potencial fusão não afeta a "mentalidade e estratégia" da companhia.
Do lado positivo, as ações da Petrobras subiram 2,40% (PETR4) e 2,27% (PETR3), após a companhia confirmar a distribuição de R$ 37,4 bilhões em dividendos complementares. Desse valor R$ 22,7 bilhões será referente aos dividendos extraordinários (cerca de 50% da reserva anunciada no começo de março) e R$ 14,7 bilhões à aplicação da fórmula da Política de Remuneração aos Acionistas. O pagamento será feito em duas parcelas previstas para os dias 20 de maio e 20 de junho.
A reforma tributária também está nos holofotes. Na tarde de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou o projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária ao Congresso. Após o envio, Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, anunciou que a alíquota do imposto sobre valor agregado (IVA) proposto na reforma ficará entre 25,7% e 27,3%, com uma média provável de 26,5%.
As bolsas também fecharam em queda no exterior, com investidores reagindo negativamente aos dados divulgados nesta manhã nos Estados Unidos. Uma das grandes decepções foi o Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em 1,6% de alta no primeiro trimestre, bem abaixo do consenso de mercado de 2,5%. Já o índice de preços sobre consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) saiu mais forte que o previsto para o primeiro trimestre. A alta foi de 3,7% ante expectativa mediana de 3,4%.
O indicador é usado como a principal referência de inflação para a politica monetária do Fed. Mesmo com a economia mais fraca, o PCE robusto falou mais alto e as apostas de que os juros permanecerão altos por mais tempo voltou a ganhar força.
Nesta noite, ainda estão previstos os balanços de Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34) nos Estados Unidos e de Cielo (CIEL3), Klabin (KLBN11) e Multiplan (MULT3) no Brasil.