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Ibovespa hoje: Bolsa desaba com caso Roberto Jefferson no radar; estatais puxam queda

Índice segue direção oposta à dos mercados europeu e americano; investidores temem perda de apoio à candidatura de Bolsonaro

Painel de cotações na B3: Petrobras (PETR4) e BB (BBAS3) desabam (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3: Petrobras (PETR4) e BB (BBAS3) desabam (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de outubro de 2022 às 10h58.

Última atualização em 24 de outubro de 2022 às 18h09.

O Ibovespa caiu forte esta segunda-feira, 24, na contramão de bolsas da Europa e Estados Unidos, puxado para baixo principalmente pela pela queda das estatais. Entre as maiores baixas do pregão estão Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), após os papéis terem acumulado fortes altas na última semana, tracionados pelo avanço do presidente Jair Bolsonaro (PL) em pesquisas de intenção de voto.

Investidores veem o setor como um dos mais beneficiados por um eventual segundo mandato de Bolsonaro. Mas a percepção do mercado é de que a guinada bolsonarista possa perder força após os o caso envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB).

Antes de ser preso na véspera, o ex-deputado federal e apoiador de Bolsonaro atirou em policiais federais, chegando a lançar granadas contra os agentes. "Esse evento pesa nas preocupações de investidores", disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Além das ações da bolsa, o câmbio reage negativamente neste início de semana, com o dólar em alta de mais de 2%. "Estamos na última semana do segundo turno, o que traz mais aversão ao risco no mercado local", afirmou Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.

  • Dólar: + 3,01%, R$ 5,302

O mercado também segue atento à temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre. Os primeiros resultados divulgados nos Estados Unidos saíram acima das estimativas de analistas, ensejando maior apetite ao risco no mercado internacional. No Brasil, algumas das principais empresas da bolsa divulgarão seus números nesta semana, tendo entre elas Vale(VALE3) e Santander (BCSA34).

Embora exista algum otimismo de que os balanços das empresas brasileiras possam surpreender positivamente, como as americanas, há um maior pessimismo vindo da China. As Bolsas de Valores da China fecharam em forte queda nesta madrugada, com investidores à recondução de Xi Jinping ao terceiro mandato de secretário-geral do Partido Comunista. Hong Kong caiu mais de 6%, com as perdas ações de empresas de tecnologia chegando a superar 10%.

"Membros do partido foram substituídos por membros aliados ao Xi Jinping. Isso gera dúvidas de como vai ser guiada a política econômica, fiscal e monetária da China. Durante o discurso [de Xi Jinping] foi sinalizada a manutenção da política de Covid zero, isso trouxe um pessimismo para o mercado. Há um cabo de guerra entre o otimismo com balanços dos Estados Unidos e a China", disse em morning call Jerson Zanlorenzi,  mesa de ações e derivativos do BTG Pactual(BPAC11).

IRB (IRBR3) desaba após prévia de agosto 

As ações do IRB Brasil (IRBR3) caíram 8,49% nesta segunda, com investidores reagindo ao resultado de agosto, divulgado na noite de sexta-feira, 24. Os papéis da resseguradora são negociados no menor patamar da história, chegando a ir abaixo de R$ 1.

O resultado líquido do período foi negativo em R$ 164,7 milhões contra lucro líquido de R$ 84,8 milhões no mesmo período do ano passado. O prejuízo líquido acumulado nos oito primeiros meses do ano foi de R$ 516,4 milhões contra R$ 164,7 milhões de prejuízo no mesmo período de 2021.

"Mais um mês de prejuízo forte para o IRB. Mesmo ajustando o resultado do ano passado a efeitos não recorrentes, os números de IRB continuariam apresentando piora expressiva", afirmou em relatório Gabriel Gracia, analista da Guide.

BRF (BRFS3) cai após formar JV na Arábia Saudita

As ações da BRF (BRFS3) fecharam com uma queda de 7,70% nesta segunda, liderando as perdas entre os frigoríficos. A forte desvalorização ocorre após a companhia anunciar uma joint venture com a a Halal Products Development Company, subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita. A joint venture, segundo a BRF, tem como objetivo fomentar a indústria Halal no país. A joint venture será formada por um investimento combinado de US$ 500 milhões. A BRF terá 70% da fatia do negócio.

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