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Ibovespa hoje: bolsa fecha em estabilidade mesmo após inflação esfriar

IBGE registra deflação para a primeira quinzena de agosto; queda dos combustíveis teve forte influência sobre redução de preços

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de agosto de 2022 às 10h36.

Última atualização em 24 de agosto de 2022 às 17h17.

O Ibovespa encerrou esta quarta-feira, 24, perto da estabilidade, dividida entre as baixas de commodities e as altas das ações domésticas. O índice foi pressionado pela queda nos papéis da Vale (VALE3), que é a empresa com maior participação na carteira teórica do índice. 

As ações da mineradora passaram por movimento de correção, na contramão da alta do minério de ferro, que avançou pelo terceiro dia consecutivo. Os papéis devolveram parte dos ganhos da véspera, quando a ação disparou mais de 5% com o incentivo bilionário da China para conter a crise imobiliária.

Siderúrgicas, que saltaram mais de 9% ontem, também recuaram no pregão desta quarta-feira

As quedas foram sustentadas por dados positivos no front econômico. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal, divulgado pelo IBGE nesta manhã confirmou a deflação esperada para a primeira quinzena de agosto, com queda da inflação mensal em 0,73%. 

O consenso da Bloomberg para o dado desta manhã, porém, era de uma deflação ainda mais forte, de 0,83%. Na comparação anual, o IPCA-15 caiu de 11,39% para 9,60%.

"A deflação saiu um pouco menor do que o mercado aguardava, mas, ainda assim, é enorme. A queda está muito ligada aos combustíveis e, portanto, já era esperada. No acumulado de 12 meses ainda está péssimo, mas já saiu do nível de dois dígitos", disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. A inflação de transportes, beneficiada por medidas tributárias e pela queda do petróleo no período, caiu 5,24%.

Esta foi a segunda deflação seguida registrada pelo IBGE, tendo em vista que o IPCA de julho fechou em queda de 0,68%.

O resultado impactou diretamente as ações de empresas de crescimento, com retornos projetados no longo prazo, e mais dependentes da atividade local. São elas as que mais se beneficiam do arrefecimento da inflação.

Magazine Luiza (MGLU3), que vem despontando nas últimas sessões, voltou a ficar entre os maiores ganhos do Ibovespa nesta quarta, saltando mais de 8%. Os papéis já acumulam mais de 50% de alta em um mês. 

A CVC (CVCB3) liderou as altas, disparando mais de 11%. Positivo (POSI3) e Natura (NTCO3) também estiveram entre os maiores ganhos do pregão.

Entre as ações com maior peso no Ibovespa, as da Petrobras (PETR3/PETR4) contribuíram com a alta do índice, seguindo a valorização do petróleo no exterior. A commodity voltou a ser negociada acima de US$ 100, com rumores sobre corte de produção da OPEP+ e estoques abaixo do esperado nos Estados Unidos. Petrolíferas privadas também sobem nesta quarta.

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