O Ibovespa virou para queda nesta terça-feira, 23, acompanhando o cenário de aversão a risco no exterior com investidores monitorando o impasse sobre o teto da dívida nos Estados Unidos. Por aqui, o andamento do arcabouço fiscal e a alta da Petrobras (PETR4) e dos grandes bancos não foram suficientes para segurar o índice.

Ibovespa hoje

• Ibovespa: - 0,26%, 109.929 pontos

Por que o Ibovespa caiu hoje?

O movimento no Ibovespa acompanhou o clima de aversão a risco nas bolsas americanas. Nos Estados Unidos, investidores continuam receosos sobre o impasse a respeito do teto da dívida que, no limite, pode deixar a maior economia do mundo inadimplente. 

Os democratas querem aumentar o limite da dívida, enquanto os republicanos são contrários. Na noite de ontem, a reunião entre o presidente Joe Biden e Kevin McCarthy, presidente da Câmara, terminou sem um desfecho. Após a conversa, o congressista republicano afirmou que a conversa "foi produtiva", mas que "diferenças sobre os gastos continuam".

“Não vimos uma solução, um martelo batido. E é esse cenário de incerteza que preocupa o mercado”, afirmou Stefany Oliveira, chefe de análise de trading na Toro Investimentos.

• Dow Jones (EUA): - 0,69%
• S&P 500 (EUA): - 1,12%
• Nasdaq (EUA): - 1,26%

Outro fator que pesou negativamente sobre o Ibovespa foi a forte queda das ações da Vale (VALE3) que ontem, inclusive, foi a principal influência para a queda do índice. Hoje, o minério de ferro caiu mais uma vez em Dalian e voltou a pressionar negativamente os papéis da mineradora.

• Vale (VALE3): - 2,25%

Contramão: Petrobras e bancos

As ações da Petrobras avançaram mais de 2% hoje e, mais cedo, ajudavam a manter o Ibovespa em terreno positivo. O movimento acompanha a alta de mais de 1% do petróleo no mercado internacional, que reage a uma declaração do ministro de energia saudita. 

O príncipe Abdulaziz bin Salman disse hoje que os especuladores devem ficar ‘atentos’ e ‘tomar cuidado’ com o pessimismo que vem demonstrando sobre o preço do petróleo. 

A declaração foi dada dias antes da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), que controla boa parte da oferta mundial de petróleo. Vale lembrar que, em abril, a Opep+ realizou um corte surpresa na produção para assustar os especuladores. 

• Petrobras (PETR4): + 2,50%
• Petrobras (PETR3): + 1,91%

Além da Petrobras, os papéis dos grandes bancos também fecharam em alta e ajudam a segurar a queda do Ibovespa. As ações ligadas aos juros e à economia doméstica vem performando bem nos últimos dias, de olho em melhores perspectivas para a economia com a divulgação positiva da prévia do PIB na semana passada, e também à espera da votação do arcabouço fiscal.

A nova regra que irá substituir o teto de gastos deve ser votada na Câmara amanhã, e a expectativa é de que o arcabouço abra caminhos para um eventual corte de juros. 

“A recuperação dos ativos está sendo embalada pelo otimismo com aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. As sondagens do placar mostram que o número de deputados favoráveis à aprovação subiu hoje. Isso vem sendo monitorado de perto [pelos investidores]”, avalia Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

• Banco do Brasil (BBAS3): + 2,46%
• Bradesco (BBDC4): + 0,82%
• Itaú (ITUB4): + 0,80%
• Santander (SANB11): - 0,57%

Maiores altas do Ibovespa 

• Petrobras (PETR4): + 2,50%
• Banco do Brasil (BBAS3): + 2,46%
• Petrobras (PETR3): + 1,91%

Maiores quedas do Ibovespa 

• CVC (CVCB3): - 5,31%
• Marfrig (MRFG3): - 5,04%
• BRF (BRFS3): - 4,91%

Veja também

• Governo conta com 147 dos 257 votos necessários para aprovar regra fiscal